1- Capítulo

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Já tem meia hora que eu acordei, mas ainda estou deitada na cama encarando o teto, pensando se vale a pena me levantar.

Hoje é o dia que eu temi, desde que descobri os planos dos meus pais para me mandarem para o Colégio Interno.

Eu não vejo porquê! Eu estou otima no colégio que eu estudo, aqui eu tenho minha melhor amiga, tenho meu namorado, tenho meu quarto, não preciso ir pra lá.

Lá eu vou ter uma educação melhor? Sim. Mas mesmo assim acho desnecessário.

- Sabina? - ouvi minha mãe e não demorou muito para que ela abrisse a porta e aparecesse no meu quarto - Oh Maria, ainda está deitada? Você vai se atrasar! - ela caminhou até minha cama e se sentou olhando pra mim.

- Se eu não for, não vou me atrasar - Sorri mostrando os dentes, ainda tinha esperança dela tirar essa ideia absurda da cabeça.

- A gente já conversou sobre isso, Maria Sabina. É pro seu bem. - ela sorriu, eu não gostava de discutir com minha mãe. Sei o quanto ela já sofreu e quanto ela e o papai trabalharam para me sustentar. Eu era grata a eles por tudo, mas isso não quer dizer que eu concordava com essa ideia absurda.

- É eu sei... - Bufei tirando a coberta que ainda estava por cima de mim e me levantei.

Minha mãe me disse alguma coisa sobre meu café da manhã e logo saiu do meu quarto. Passei a mão no rosto e olhei ao canto do quarto vendo minhas malas prontas.

Vê-las só ne fez cair a ficha de que eu realmente estava indo e que eu deveria me acostumar com isso.

Talvez não seja tão ruim. Talvez os quartos sejam grandes e a comida seja boa.

Fiquei o resto da manhã tentando colocar na minha cabeça que aquilo vai ser bom pra mim. Não estava dando muito certo, mas...

- Saby!! - Assim que sai do quarto minha irmã Luna veio correndo me abraçar - Você promete que vai me telefonar todos os dias?

- Prometo, sua chata. - Sorri pra ela.

- Amigaa! - Sina, minha melhor amiga, apareceu na minha sala junto com meu namorado, Pepe. Eles haviam me dito que estariam aqui para de despedir de mim.

- Oi amiga - Fui em direção a ela e logo minha irmã cruzou os braços revirando os olhos. Minha irmã nunca gostou da Sina, sempre me disse que ela era falsa. Eu nunca levei a sério, acho que ela só diz isso porque não conhece a Sina como eu conheço.

- Ai vou sentir tanto a sua falta - ela me abraçou - Já separou tudinho?- Ela caminhou até a porta do meu quarto.

- Já sim, tá tudo nas malas. - Respondi e olhei pra Pepe

- Vê se não vai me esquecer - ele abriu um sorriso e me deu um breve abraço.

- Digo o mesmo pra você - Eu não sorri. Não estava sendo fácil pra mim ter que me afastar deles. - Eu vou sentir muito a falta de vocês. - Olhei para os dois que sorriram pra mim.

- Nós também vamos, amiga. - Sina falou sorrindo.

- Bom... Não querendo ser estraga prazeres, Mas já sendo... - Meu pai apareceu na sala - Temos que ir.

- Temos? - Perguntei baixo e ele assentiu.

O resto da despedida foi muito difícil pra mim. Sina, Pepe, minha mãe e minha irmã ficaram na calçada acenando enquanto o carro dava partida. Foi doloroso, mas eu tentei encarar aquilo como uma nova "aventura" pra mim.

Se eu não gostasse de lá, daria um jeito de ser expulsa.

O caminho todo seguiu em silêncio entre mim e meu pai, o único som era do carro e do carro que tocava Avicci.

Nós levamos um BOM tempo pra chegar lá. O colégio era literalmente no meio do nada! Era em uma cidade pequena, pacata, não havia quase nada lá de interessante.

O colégio era uma enorme estrutura, parecia um castelo até, ou melhor, um monumento histórico. Achei bem assustador pra falar a verdade.

Era cercado por um gramado e fechado por um enorme portão de ferro.

Assim que entramos, meu pai estacionou o carro e olhou pra mim aguardando que eu descesse do mesmo.

- Você não vai me deixar aqui né pai? Olha esse lugar! Parece Hogwarts! - meu pai riu.

- Não exagere filha, aqui é muito bonito. - ele falou enquanto olhava pela janela. -Sei que vai gostar!

- Você, definitivamente, não me conhece. Olha pra isso! Aqui só tem filhos de ricos! - olhei para alguns alunos que andavam pelo gramado e logo notei que todas as garotas usavam uniforme. TODAS! Uma saia eu não soube se era azul escuro ou preto, uma blusa social branca, e algumas até usavam um jaleco da mesma cor da saia. - Eu vou ter que usar aquilo também?

- Acredito que sim! - meu pai assentiu.

- Não não... Prefiro a morte. - cruzei meus braços.

- Não seja assim Sabina. Vamos logo. - Meu pai saiu do carro e aguardou pacientemente até que eu entendesse que não teria escolha e saísse do carro. -É só um ano.

- Pouco né. - Ironizei e ele riu.

- Vem, vamos - Meu pai me levou para dentro do grande colégio um museu e lá dentro conversou com uma mulher que nos orientou a ir a sala a diretor. Ela explicou exatamente onde era e fomos.

Será que tem coisa pior do que ser uma aluna nova depois que as aulas já começaram?

Enquanto passávamos muitas meninas me olhavam torto. Algumas me analisaram dos pés a cabeça e outras até riam.

- Ah filho ainda bem que você apareceu. - A diretora saiu de trás de sua mesa e foi até o garoto. - Sabina, esse é meu filho: Noah. - No segundo seguinte o garoto  estendeu sua mão em minha direção.

Eu demorei um pouco para corresponde-lo, o que com certeza me fez parecer uma idiota.

- Muito prazer. - O garoto abriu um lindo sorriso que me deixou ainda mais boba.

Pera, para aí né Maria Sabina! Tu tem namorado! Toma vergonha nessa cara garota!

- Ela é aluna nova. Poderia mostrar-lhe seu quarto? - a diretora perguntou

- O quarto dele? - Perguntei e no instante seguinte me arrependi. Todos me olharam estranho e eu quis enfiar minha cabeça num buraco.

Parabéns, Sabina! Já começou bem.


Xoxo gabi 🌸






No Colégio Interno { ADAPTAÇÃO URRIDALGO }Onde histórias criam vida. Descubra agora