Akyla
- Nossa,muito obrigada Kuki por querer me levar a um idiota de um médico,onde provavelmente eu terei que pagar para alguém finalmente sentar a sua bunda numa cadeira e simplesmente me ouvir. - disse batendo a porta.
Fui me arrumar. Ela havia me magoado muito com aquela história de hospital porque ela sabe bem a quanto tempo eu não entro em um. Quando ouvi o barulho da buzina,abri a porta do quarto,peguei uma maçã na cozinha e já ia morder o primeiro pedaço quando Kuki me pega pelo braço,quase me machucando.
- Akyla ouça bem o que eu vou lhe dizer. Mais pra frente você vai me agradecer por estar fazendo isso,você me parece estar com depressão e isso realmente é preocupante. Agora você pode parar de me ignorar e entrar naquela porcaria de carro de bem com a vida?
Apenas olhava para ela e ouvia aquilo atentamente. Quando terminou de falar,mordi mais um pedaço da minha maçã e comecei a descer as escadas em direção ao carro. Atrás de mim a ouvir trancar a porta.
Estávamos indo rumo ao hospital quando jogo o resto da maçã pela janela e recebo mais uma das lições de moral de Kil. Estava realmente errada em fazer aquilo,não gostava nem de jogar um papel de bala no chão,mas estava tão irritada que provavelmente estava em outro mundo.
Chegando lá,o doutor abriu a porta da sua sala,com estrelas no teto e que tinha duas poltronas. Ele nos fazia escolher qual queríamos sentar. Se era na branca ou na preta,provavelmente era mais um teste para ver se realmente estávamos com depressão. Sentei-me na preta.
- Boa noite Akyla,então,meu nome é Gill e gostaria de saber o que lhe trouxe aqui a essa hora da noite. - disse com as mãos enfiadas em papéis e de vez em quando me olhava com aqueles óculos que serviam para uma criança de cinco anos de idade.
- Eu estou bem doutor. Estou muito bem,mas mesmo assim Kuki quis me trazer aqui sei lá eu por qual motivo.
- Então você está tentando me convencer de que está realmente bem,mesmo depois de cortar todo o seu corpo e de ter sentado na poltrona preta? - ele me encarou.
Quando ele terminou de falar aquilo,olhei para mim mesma e só então percebi que meus cortes estavam a mostra saindo muito sangue. Ele se levantou e me trouxe alguns lenços para que eu limpasse todo aquele sangue.
- Tá legal. Gill minha vida é uma merda. Não aparece ninguém de interessante,minha rotina é da casa para o trabalho,do trabalho pra casa. Aí de repente eu chego em casa,Kuki diz que vamos sair.,eu vou comprar uma porcaria de uma roupa em um shopping longe pra caramba,pra ir a um restaurante de quinta categoria em outra cidade para vim um cara e me agarrar enquanto eu danço? Eu apenas queria chorar tá legal. Peguei a porcaria da minha bolsa e fui atrás de um taxi que apenas me levasse para a minha casa. Chegando lá eu atirei meus sapatos em algum canto,tirei os brincos e fui para o banheiro. Me cortei sim,porque eu revivi aquilo que um dia eu já passei tá legal. Eu me sinto idiota em relação a esses cortes mas somente o canivete me entende,será que você me compreende? Não me sinto feliz e a única coisa que preciso fazer,é morrer. Agora estou eu aqui me achando uma criança de dez anos quando na verdade estou com um puto de um sono e mesmo assim estou aqui sentada em uma poltrona que dói a bunda,tendo que trabalhar amanhã de manhã.
Ele me ouve atentamente enquanto anota algumas coisas em uma planilha. Eu começo a chorar sem parar até que ele me fala:
- Poderia me dar um minuto por favor? - e saiu da sala sem que ao menos eu tivesse tempo de mandar ele ir pastar.
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Uma Prova de Amor
RomanceEm uma pequena cidade do Japão,Akyla trabalha muito durante o dia em um pequeno salão de beleza. O amor chega sem ela menos esperar e acaba de uma forma inacreditável.