Capítulo 2

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A mãe de Jamie fez uma lasanha à bolonhesa e uma salada verde para o nosso jantar pré-baile. Ela fez o papel de garçonete e ficou na cozinha durante a maior parte da refeição, entrando na sala de jantar somente para encher a nossas taças de vinho com suco de uva e tirar fotos da gente. Ela parecia estar feliz de verdade por ter nós quatro ali, com Jamie se comportando com uma típica adolescente na visão dela.

Naquela noite, eu cheguei na casa de Jaime mais cedo para entregar a ela um corsage – tia Mary insistiu e não tive como argumentar contra. A mãe de Jamie fez a gente posar em diversas posições para as fotos e Jaime não conseguia parar de rir falando de como isso era ridículo.

Nós dois ficamos conversando no quarto dela sobre maneiras de fugir e não ir ao baile, enquanto bebíamos uma garrafa de vodca que ela tinha roubado dos pais e escondido embaixo da cama, mas eu não conseguia parar de pensar em Luke e em como não queria desapontá-lo.

E, e então Luke e Brianna chegaram, e nos chamaram pelo vão da escada, era oficial, a noite do baile tinha oficialmente começado, comigo e Jamie bêbados deitados no chão do quarto.

— Só um segundo — gritei pela porta enquanto ajudava Jamie a levantar e esconder a garrafa.

Luke não esperou um segundo sequer e subiu as escadas, batendo na porta enquanto Jamie ria no canto do quarto.

— Deixa ele entrar. — Ele falou, e depois rindo mais ainda, tentando parar. — Deixa ele entrar, ué.

Eu não precisei dar permissão, porque Luke bateu outra vez e abriu a porta, cantarolando:

— Espero que vocês tenham se comportado aí. E lá estava ele, perfeito como sempre, só que ainda mais, em um terno azul escuro, divino, e deslumbrante e estonteante, e todos os outros adjetivos que são usados nas reportagens do tipo "Os 100 homens mais bonitos do mundo".

Estávamos bem perto um do outro, Luke no último degrau da escada e eu dentro do quarto. Eu me senti secando-o com os olhos. O momento pareceu muito longo, nenhum de nós disse nada, e não queria me virar para ver se Jamie nos assistia.

— Vocês estão bêbados? — sussurrou Luke, fechando a porta, embora isso significasse que Brianna tenha sido largada sozinha lá embaixo com os pais de Jamie, o que não era justo.

— Não sabemos do que o senhor está falando — respondeu Jamie. Ela andou até Luke em linha reta, e o cumprimentou com um beijo na bochecha. — Vamos descer logo, Brie está lá embaixo sozinha com meus pais, coitada.

— Eu vou ficar arrasado se vocês dois estiverem bêbados demais para dividir a garrafa de Jim Beam que eu e Brie compramos. Eu tô guardando para uma ocasião especial há meses. Sério. Meses. — Ele comentou baixo enquanto descíamos as escadas.

— A gente não tá tão bêbado assim — respondi, gostando da sensação dos ombro dele esbarrando nos meus e também me sentindo um pouco enjoado e inquieto por ele estar tão perto.

— Espero que não — retrucou ele — Porque a noite, meu amigo, é uma criança.

— Pensei que você fosse ficar puto comigo se descobrisse que nós tínhamos bebido sem vocês— falei, o que não seria o tipo de coisa que eu teria admitido para Luke sem a influência da álcool.

— Eu imaginei que fariam isso, mas acabei de dizer, a noite é uma criança.

Depois do jantar e de tirarmos mais fotos, nós quatro entramos no Chevy Bel Air azul turquesa que era do meu avô e parecia um carro mais legal do que tinha sido há tantos anos. A mãe de Jamie tirou ainda mais fotos de nós entrando no carro. Finalmente, viramos a curva e estávamos livres dos flashes — pelo menos, até a abertura do baile. Nós dissemos que íamos sair um pouco mais cedo para conseguir uma boa vaga no estacionamento da escola. Em vez disso, estacionei em uma vaga ao lado da pista de atletismo da escola, o estacionamento vazio, a área o mais livre possível. Nós fizemos rodadas de Jim Beam até que Brianna disse que não queria beber muito mais daquela merda, pois ainda tinha que ir ao baile.

— Sem mais drinks antes de entrarmos — interrompeu Luke, colocando seus braços no meu ombro — Estou me sentindo animado. Isso é legal. Isso é suficiente, por enquanto. Vamos embora.

E após eu distribuir deliberadamente as balinhas de menta que o vovô guardava no porta-luvas, nós partimos em direção à escola. 

Misbehaving - EDITANDOOnde histórias criam vida. Descubra agora