(...) Se você tivesse uma pergunta, uma única pergunta, que pudesse surpreender alguém, oque você perguntaria? Como seu cérebro trabalharia para bolar algo que valha a surpresa de alguém?
A maioria de nós pensaria por horas e acabaria chegando a um lugar comum como milhares de outras pessoas, mas não aquela garota. Não ela.
Constrangedor não seria a palavra certa para descrever a tal situação instaurada naquela sala. Os dezenas de jornalistas estavam em silêncio total, encarando a atrevida e petulante garota que julgou compreender mais do que todos eles. Mais do que a CEO gostaria que fosse compreendido.
— Senhorita Luthor. - o rapaz que outrora anunciara que seria a última pergunta pronunciou-se. — O tempo... - deixou a frase morrer no ar e a mulher assentiu.
— Já estamos terminando. - respondeu. — Com que fundamento está me dizendo isso, Kara? - ela tentou soar o mais suave possível, mas alguma coisa em sua mente alertava-lhe que boa coisa não estava por vir daquela garota com postura acanhada e tom atrevido.
— Não acredito que estamos aqui pra discutir meus métodos de análise, senhorita. - empurrou seus óculos contra o rosto o fixando melhor. — Estamos aqui pra perguntar sobre a nova gestão da empresa, correto? - a jovem CEO assentiu, com seu coração acelerado. Aquele tom. Aquele tom petulante. — A Senhorita me concede uma última pergunta? - encarou brevemente seus colegas em sala e fitou atentamente os olhos esmeraldas tão presos em si.
Kara não poderia imaginar que aquela situação se tornaria tão intensa. Não apenas para a jovem CEO nitidamente intrigada consigo, mas também para ela mesma. Estar sob os holofotes, ter a atenção da CEO voltada tanto pra si. Não poderia ser menos intenso do que estava sendo, não pra elas.
— Se o seu colega permitir. - apontou para o jornalista o qual havia indicado anteriormente. O homem balançou a cabeça positivamente diversas vezes seguidas, rapidamente, parecendo tão envolvido quanto outro qualquer na situação que se passava bem aos seus olhos. — Então a senhorita tem a última pergunta. - os olhos azuis focaram pela milésima vez na tarde no bloco de anotações, Kara rabiscou alguma coisa rapidamente e levantou o rosto, encarando a CEO atentamente.
— Quantos anos você tinha, Lena? - a mulher ergueu uma sobrancelha em confusão. — Quantos anos tinha quando passou por tudo isso? - fez alguns gestos com as mãos acompanhando sua fala e, novamente, silêncio.
— Como? - perguntou baixo, sentindo seu corpo pesar diante da surpresa nada bem vinda.
— Quantos anos tinha quando teve que se tornar CEO de uma empresa. Quantos anos tinha quando Lex Luthor, enlouqueceu deixando você sozinha para lidar com uma enorme empresa? - alguns ruídos preencheram a sala, colegas de profissão soltavam frases depreciativas para Kara, chamando-a de louca ou inconsequente, mas a jovem jornalista estava tão focada nas reações da CEO que mal ligava para o resto do ambiente.
— Eu não... - fora interrompida.
— Desculpe-me ter de interrompe-la, mas eu compreendi Lena. Eu compreendo o desafio que você teve que enfrentar, eu compreendo a forma como seu emocional deve ter sido afetado. Eu compreendo a forma como se apegou ao cargo na empresa do seu irmão. Não duvidando do seu talento e criatividade, isso está mais do que claro a todos aqui nessa sala, mas como uma pessoa passa por tudo oque passou e continua liderando da forma intensa e talentosa que você está fazendo. - o pequeno discurso calou a todos no lugar, até a equipe da CEO estava atenta ao acontecido.
Aquilo acabara de pegar todos desprevenidos, principalmente Lena, que dificilmente fala sobre sua vida pessoal. Oque a imprensa sabe sobre ela é apenas oque não se pode esconder, como relacionamentos amorosos, lugares que frequenta, contatos com parentes e amigos. Mais algo assim, algo nesse nível, não, nunca.
— Senhorita Danvers. - um dos jornalistas ficou de pé, pronunciando-se. — A Senhorita está ficando louca? - questionou. — Provavelmente é por isso que suas matérias sempre são descartadas dos noticiários, vamos ser realistas aqui... - o homem começa a humilhar Kara, ali, na frente de todos, e apesar da surpresa evidente em Lena, ela não podia permitir que aquilo acontecesse, não com a garota que a compreende.
— Dezoito! - exclamou interrompendo o discurso depreciativo do jornalista. — Eu tinha dezoito anos Senhorita Danvers. - levantou-se da sua cadeira pegando a pequena garrafa de água sobre a mesa e se retirou.
Lena se retirou pois não saberia como reagir depois do discurso da jornalista.
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My girl who understands. Supercorp - By Forsythefg
ФанфикMy girl who understands, é uma história que está me inspirando a cada capítulo. Espero que vocês gostem, tanto quanto eu estou gostando em escrever.