Lose Heaven (Lose Moon Vol. 2)

Prólogo.

A quatro meses, a minha vida havia mudado, a quatro meses descobri a existência de pais que eu não havia imaginado ter, a quatro meses eu havia deixado de ser cega, consegui ver o mundo, o verdadeiro mundo em que eu vivo, a quatro meses eu descobri que posso me tornar uma possível divindade, e isso com certeza me condenou.
A três messes eu morri, a três meses eu salvei alguém, a três messes eu descobri que o inferno não é o único que guarda pessoas más, a três meses  eu estava numa explosão, a três meses  eu descobri a paixão, a três meses eu fui traída por quem eu estava apaixonada, a três messes fui condenada a liderar uma guerra, a três meses eu virei a líder da revolução, a três meses meu destino foi selado, apesar de não acreditar nele, tem coisas que só eu posso fazer e nesse momento meu destino é me preparar para guerra, começar uma guerra e vence-la, e acredite eu não irei recuar, não vou mais me manter na ignorância.

As lendas são reais, pelo menos algumas: fadas, elfos, dragões, feiticeiros, demônio e anjos, todos eles existem e podem existir mais, porém se existem se escondem o que não é algo ruim. Esses seres que antes não passavam de lendas estão sempre me lembrando que durante todos esses meus dezesseis anos eu estava cega, eu era ignorante em relação à eles. Agora eu fui a razão que eles deixaram seu clã, a razão por eles acreditarem em uma nova esperança, eu sou sua esperança, eu sou um demônio que logo me tornarei um Midnigth Eclipses, uma divindade, alguém que é as três raças primordiais, anjo, demônio e feiticeiro.

Esse é meu destino, essa sou eu. Mas apesar de meu destino estar selado eu não vou seguir as linhas exatamente, ninguém disse como devo agir, e como devo prosseguir, o Universo não vai me controlar, posso estar fadada a ele mas sou eu quem vai controla-lo.

Agora, depois de ir para um chalé em Gaymert, onde a minha reputação não se alastrou ainda, estamos desenvolvendo um plano, para atacar Noctis primeiro, uma pequena investida, queremos saquear Noctis, colocar a culpa nos demônios e causar uma guerra entre eles. Afinal não me tornei um Midnight Eclipses ainda.
Para falar a verdade nem sei se quero.

Allex não deu notícias, os outros ainda acham que ele está morto, mas eu, por quem ele dividiu sua vida um dia, sei que ele não está. Queria não pensar nele, porém os pesadelos se alternam entre Allex e Caleb. Minha mãe não vem mais, quase não sinto sua presença.
Meus amigos começaram a liderar seus clãs, ou o que sobrou deles, estamos recrutando quem quiser se juntar a nós, claro não confiaremos plenamente porém não podemos ser orgulhosos, precisamos de ajuda.
Podemos não estar atacando, podemos não ter pessoas o suficiente, mas não vamos desistir, eu não vou desistir. Caleb vai pagar, assim como todos que um dia quiserem se revoltar contra nós.

                               ***

- Moon, chegou alguém que quero que você conheça- diz Elis, minha mãe adotiva.

Eu me viro, porém não muito rápido afinal estava perdida em pensamentos e evitar uma possível tontura sempre é bem vinda.

- Quem- diz An- diabos pode ser?

Lhe dou uma leve virada de cabeça, apenas para ver sua expressão cansada. An ficou muito boa em ser líder das fadas, porém o cansaço é aparente, claro ela continua radiante como sempre, cheia de energia como sempre, mas ela não pode esconder as coisas de mim, eu conheço muito bem ela para saber que quase não dorme. E também tem a questão do coração, afinal ela teve que deixar Lilith para trás, afinal precisávamos de informações sobre os demônios e ela se dispôs de bom grado. Mas isso não muda a questão que elas estão a milhares de quilômetros de distância. E nossos queridos Wall-E's não servem para nada sem ser ligar para alguém, dizem que a muito tempo as limitações eram mínimas e que eram até usados para ver as outras pessoas, independente da distância. As vezes eu penso que foi apenas um delírio coletivo, afinal não existe nada assim, não mais. Sinto muito por fazê-la deixar Lilith porém nós precisamos dela lá e An precisa ficar aqui, e isso eu não posso mudar.
Assim como muitas coisas ultimamente.

- Um louco provavelmente, para vir até Gaymert, só pode ser isso.

- Então- intervém Spencer- ele não é muito diferente de nós.

Eu dou um breve sorriso para meu amigo, agora recuperado de seus ferimentos e finalmente livre da cadeira de rodas. As vezes, olhando para ele assim, ninguém falaria que ele estava a beira da morte, que estava com falência de órgãos a seis semanas atrás.

- Só espero que não suje o chão- Começa Steve- acabei de limpar e não quero neve nele.

Não preciso nem olhar para ele para saber que está fazendo uma cara de nojo. Ele não mudou tanto após a explosão, além de estar mais focado do que nunca ele não mudou tanto, quase não percebemos os rastros da explosão nele, além é claro da cicatriz em suas costas, que eu só vi porque entrei de penetra na sala em que ele estava se recuperando. A cicatriz é enorme e tenho certeza que coisa alguma será capaz de tirar ela da pele de Steve.

- Seja quem for, temos que conhecê-lo não? Então vamos lá. - Eu falo a eles.

Saímos do cômodo, uma salinha de madeira com vista para as geleiras, com uma lareira, o cômodo mais quente do chalé. Nos deparamos com a entrada da casa, um lugar bem frio afinal a porta que nos separa da neve gélida está logo ali. E lá está minha mãe, com um homem, aparenta estar na meia idade mais ou menos, alto, com os cabelos castanhos claros, que eu vejo graças as mechas que ficaram de fora de seu gorro azul-escuro, os olhos azuis, não como os meus, mas um azul bem claro, quase transparente, quase no mesmo tom que o azul-prateado de Allex. Só que ainda longe do tom de olhos de Allex também.

Allex.

Balanço a cabeça para afastar os olhos dele da minha mente, não preciso disso, muito menos agora.

- A quem devo a honra? - Eu pergunto.

- Não se lembram de mim?- o homem diz com um som que parece ser uma risada contida.

Ele então termina de tirar seu gorro e seu cachecol, revelando ser um homem bem bonito até, porém ao colocar o óculos o clique aparece em minha mente.

- Professor Collins?

- Elyon Collins- diz minha mãe, o apresentando- seu professor de filosofia e seu tio Moon, e consequentemente, nosso estrategista e nossa possível entrada para Noctis.