Capitulo um

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— Você que perde nosso dinheiro e eu que tenho de sofrer com isso.

— Olívia olha o tom de voz. — papai rosna.

— Mas pai...

— Quantas vezes terei de dizer que não adianta reclamar? Nossa casa foi para leilão, o carro foi penhorado. Só temos um ao outro e as nossas roupas.

Suspiro e entrelaço nossos braços.

— E só estamos aqui em Londres, porque sua avó é um anjo e se dispôs a nos ajudar.

— Odeio mudanças. — resmungo. — Odeio ter que conhecer pessoas novas. Odeio escola nova. Eu já ia acabar o ensino médio e agora tenho que refazer esse ano.

— Não vai refazer. Vai apenas pegar da metade. E na questão amigos, sua prima Jasmine vai ajudá-la.

— Aquela menina é um saco. — bufo. — Quando éramos pequenas, ela só queria saber de ficar no meu pé.

— Mas você terá que ser legal com ela, pois ela será com você.

— Vou ver o que posso fazer.

"Senhores passageiros apertem os cintos, já vamos desembarcar em Londres"

— Queria que esse voo demorasse mais um pouquinho. Não estou preparada para essa nova vida.

Prendo o cinto e papai pega minha mão.

— Oli, eu já pedi desculpas um milhão de vezes pela minha burrice, mas eu sou obrigado a pedir de novo. Afinal de contas, aquele dinheiro iria ser seu. Prometo a você, que vou trabalhar duro e recuperar tudo!

— Confio em você, Paul Campbell.

[...]

— Você lembra como é a sua avó? — papai pergunta.

— Não muito. Faz dez anos que não vejo ela ou Jasmine.

— Então olha ali.

Papai aponta para uma direção e eu olho.

Havia uma mulher de mais ou menos, setenta anos acenando para nós. Ela tinha cabelos curtos e loiros. Era baixa e usava óculos escuros. Ao seu lado, tinha uma garota do meu tamanho. Ela estava com moletom preto. Os cabelos vermelhos — obviamente tingidos, porque eram muito vermelhos —, presos no alto da cabeça. Também usava óculos escuros e fones de ouvido.

— São elas?

— Sim. — responde. — Vamos pegar nossas malas.

No total eram seis. Três minhas e três dele. Não trouxemos nada, além das roupas, sapatos e alguns pertences mais íntimos. O resto, foi a leilão.

Depois de colocarmos todas em um carrinho, vamos na direção das duas pessoas que nos esperavam.

— Paul! — a senhora exclama tirando os óculos escuros. — Que saudade meu filho.

Papai abraça a pequena mulher.

— Obrigado por me ajudar nesse momento difícil, mamãe.

— Você é meu filho, sempre lhe ajudaria. Agora me deixa olhar para a minha neta. — ela pega minha mão e me abraça rapidamente. — Como você cresceu meu amor. Faz uns dez anos que não vejo você, sem que seja por fotos.

Apenas sorrio. Eu mal lembrava dela na minha vida, para dizer que sentia falta de alguma coisa.

— Essa é Jasmine. — ela aponta para a garota e tira os fones dela. — Jas, querida, se lembra agora da Olívia?

O Professor Sedutor - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora