Capitulo quatro

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Assim que nós entramos no ônibus, Daniel grita por nós, lá nos fundos.

— TEM LUGARES PARA AS MAIS GATAS AQUI!

Eu queria enfiar a minha cara no chão. Por que ele tinha de ser tão escandaloso?

Jas apenas ri e agarra a minha mão. Ela me puxa para o fundo do ônibus e logo se joga do lado de Daniel.

— BOM DIA! — ele grita novamente.

— Posso te fazer uma pergunta? — pergunto, me sentando no banco do lado direito.

— PO...

— POR QUE VOCÊ NÃO PARA DE GRITAR?

Todas as cabeças se viram para trás e eu me sinto envergonhada.

— Você que gritou.

Desisto de dar atenção para aquele garoto e pego meu celular da bolsa. Conecto os fones de ouvido e dou o play em Counting Stars.

One Republic era uma das minhas bandas favoritas. Assim como The Fray.

Durante o caminho para a escola, eu fico prestando atenção nas paradas que o ônibus dava, para ver se Bruce aparecia em algum momento. Mas ele não entrou no ônibus.

Quando descemos, puxo a manga do casaco de Daniel.

— Oi?

— Bruce vai faltar? — ele arqueia a sobrancelha direita. — Não o vi pegar o ônibus.

— Porque ele não pega. Bruce tem carro. E aliás... — ele olha em volta. — Ele já está aí.

Daniel passa o braço em volta do pescoço de Jas e a puxa.

Ando atrás dos dois, com os braços cruzados e olhando em volta. Eu queria achar aquele garoto, para lhe perguntar como arrumou meu número e o motivo de ter feito tanta gracinha.

Tinha que pegar os livros, que logo iriam ser necessários. Então peço licença aos casais e vou na direção da biblioteca.

A mulher que estava do outro lado do balcão e olha a lista que lhe entreguei.

— Eu vou buscar lá dentro. — diz. — Veja se tem algum livro que lhe interesse.

Sorrio para ela e ando até o corredor, em que está escrito: ROMANCE.

Passo meus dedos pelos livros, que não viam um espanador fazem tempo, e paro em um.

O morro dos ventos uivantes.

Era o livro mais perfeito e mais lindo que existe nessa vida!

Mas eu não gosto de lê-lo. Não gosto ao menos de tocá-lo. Pois a minha mãe morreu, por culpa dessa história.

— Esse livro não parece ser o seu gênero.

Viro-me espantada e arfo.

Sr. Wood estava sorrindo. Ele estava vestindo uma jaqueta de couro preta, coisa que eu jamais imaginaria um professor usando.

Mas ele não era qualquer professor. E aquela droga de jaqueta deixava aquela droga de professor, uma delícia.

— E não é.

Ele fecha o sorriso.

Acho que estava esperando que eu rebatesse, dizendo que era e assim estaríamos em uma discussão.

Escuto a mulher da biblioteca me chamar e me afasto dele. Vou até ela e agarro nos meus livros rapidamente. Ainda mais rápido eu saio da biblioteca, pois o sinal havia tocado.

O Professor Sedutor - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora