C A P Í T U L O - 30

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                          Narradora(ON)

  Irene estava parada em frente ao enorme espelho de seu closet olhando para sua barriga. Não tinha volume nenhum ali, não havia confirmação, mas tudo indicava que ela já carregava em seu ventre seu pequeno ponto de esperança, amor, o fruto de seu amor ao lado de Seulgi. Seus olhos brilhavam e as lágrimas já molhavam seu rosto estragando toda a sua maquiagem. Mas naquela altura a maquiagem era o de menos.

  Ela nunca esteve tão sensível, ou vulnerável como estava naquele momento. A loira ainda não podia afirmar com certeza, mas podia dizer pelo que estava sentindo, era o mesmo que sentiu da primeira vez, ela podia senti-lo crescer dentro de seu corpo, ela podia e queria vê-lo se desenvolver. Mas criar esperanças em cima de algo que poderia não ser verdade a deixaria arrasada, mas ela seria forte, ela teria que ser, ela estava sendo.

– Eu já posso sentir você, sabia? — ela sorriu, olhando para seu reflexo no espelho. – Seus olhinhos, o cabelo igual o da sua outra mamãe, as bochechas gordas, a pele igual a dela, ou então branquinho assim como eu. Pode vir do jeito que for meu amor, eu sempre vou amar você, por toda a minha vida. E eu prometo, que dessa vez eu vou me esforçar mais amor... — ela parou de falar por um segundo ao sentir a voz embargar e as lágrimas descerem compulsivamente. – Mamãe jura que vai, porque mesmo que você ainda não esteja ai, mas eu sei que esta, sabe porque? Porque só hoje você já fez a mamãe vomitar umas cincos vezes, fora as vontades de comer coisas estranhas, e eu também posso sentir você.

  Sem que ela ouvisse Seulgi havia entrado no quarto para chamá-la para ir para a apresentação de Yeji na escola. Seria como show de talentos, aonde as crianças iriam cantar, e se apresentar, como havia todo ano, e assim como June, as tias e avós também seriam convidadas, e Irene estava tão empolgada com aquilo, tão feliz por estar ao lado de Seulgi nesses pequenos momentos na vida de Yeji, que nada mais tinha importância para elas além de seus filhos.

  Ao ouvir Irene chorando Seulgi continuou em silêncio e andou até a porta do banheiro se encostando ali, segurando em suas mãos a solução para tirar aquela dúvida a limpo. Assim como Irene, Seulgi estava nervosa, ansiosa e querendo uma resposta, ainda mais por que aquilo iria depender muito da felicidade de sua mulher, e a dela também.

– Você está bem amor? — Seulgi Perguntou.

  Irene fechou os olhos e balanço a cabeça ajeitando-se em frente o espelho e arrumando seu vestido. Ela secou os rosto com os dedos e sorriu se virando para Seulgi. Seulgi sorriu ainda mais quando viu o quão radiante estava, sorrindo como nunca e com um brilho diferente no olhar, tão linda quanto em qualquer outro dia, com os cabelos naturais formando algumas ondas e caindo sobre os ombros, assim como o par de tênis branco e o vestido preto que abaixo dos Joelhos estavam em uma combinação perfeita.

Ela estava completamente perfeita.

– Estou. — Irene disse andando lentamente até ela. – O que é isso?

– São testes, quatro, se você não quiser fazer eu entendo, mas seria bom pra...

– Tirar a dúvida de uma possível gravidez psicológica? — Irene completamente levantando as sobrancelhas.

– Eu não queria te deixar chateada, mas é, é isso sim. — Seulgi suspirou.

– Eu também estava cogitando essa idéia. Segura a Yeji lá embaixo com as nossas mães só mais um pouco, eu faço e vemos o resultado quando chegarmos, ok?

– Sim, tudo bem, e olha só, vai dar tudo certo. Eu amo você. — Seulgi disse.

  Irene sorriu. Não apenas por sorrir, seus sorrisos para Seulgi era algo involuntário, algo que simplesmente saia, assim como Seulgi sentia vontade de falar de Irene a todo momento que a amava, sempre a olhava e sentia o quão importante aquela mulher era em sua vida, e que ela iria amar cada insegurança e pequenas falhas que tivessem em seu corpo, assim como amava tanto a dona dele.

Towers | Seulrene Version✓Onde histórias criam vida. Descubra agora