I.r.m.ã.o.s.

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O garotinho sorria, feliz por estar montando na égua de seu irmão mais velho.

— Um dia eu vou conseguir ser um cavaleiro e vou ser o mais rápido — falou, com sua voz infantil, para o irmão que fazia a égua trotar, puxando as rédeas.

Ele virou seu torço para olhá-lo e soltou um riso nasalado.

— Para isso, tem que aprender a cavalgar sozinho. Um cavaleiro não tem medo de cavalgar sem alguém puxando as rédeas.

Os ombros do garoto encolheram.

— É que eu tenho medo de não conseguir parar se ele começar a correr muito — justificou-se. — Mamãe disse que é muito, muito perigoso e ela sempre está certa…

— Você só tem seis anos, irá aprender — disse, encarando aqueles esperançosos olhos esverdeados. — Já tem coragem de correr na minha companhia, só precisa de prática.

— Não sou corajoso. É porque é meu irmão, sei que não vai deixar que nada aconteça comigo.

A confiança que o garoto tinha no seu irmão mais velho era inabalável. Nele quem depositava toda sua admiração.

O mais velho sorriu, parando de andar. Com passos rápidos e um movimento preciso, montou na égua, atrás de seu irmão.

— Melhor irmos para casa, a ceia irá começar em breve — disse, preparando-se para fazer Maria correr. — E nossa mãe vai querer que estejamos arrumados para receber a família Tømmerhugger.

Seu irmão riu.

— Irá continuar a caçoando de Maria? É divertido.

— Não é minha intenção, porém, não nego que divirto-me ao ver uma criança de oito anos irritada. — Riu. — Além, de que se ela começar a me odiar, irá parar de dizer para os quatro ventos que iremos nos casar. — Então avisou com claro divertimento: — Segure-se.

— Vamos, Gawain! — pediu Godwin, animado. Segurava com toda a sua força na crina de Maria.

E mais do que depressa, seu irmão de coração acatou seu pedido.

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O Natal das bruxas de HekseskogOnde histórias criam vida. Descubra agora