• Prólogo •

28 2 0
                                    

- Imperador!!! - todos berraram surpresos.

- Sim, Zander será o próximo imperador.

- Mas isso é contra as regras! - acusou o filho mais velho.

- E já que eu sou o imperador eu posso mudar as regras. E quero que Zander me suceda - colocando um ponto final na discussão o imperador se retirou, deixando no salão de reuniões seus 28 filhos e 12 filhas boquiabertos.

- Eu sou o filho mais velho, se fosse para escolher alguém ele teria que escolher a mim - disse um dos homens batendo na mesa.

- Mas convenhamos, vocês são uns trogloditas que só pensam em brigas, mulheres e dinheiro, não estão nem aí para o povo, é óbvio o motivo dele ter escolhido o Zander - disse uma das irmãs, era a mais velha dentre as filhas, que por coincidência era a mais odiada pelos irmãos, exceto Zander que admirava o espírito feroz dela.

- Eu odeio ter que concordar com ela, mas ela tem razão - disse outro, Judai, era o terceiro filho mais novo, um ano mais velho que Zander. - Tipo ele foi capaz de diminuir a fome de seu povo fazendo tratos comerciais e instalando estufas em seu país, tipo lá neva e o índice de radiação solar e baixa, mesmo assim ele foi capaz de fazer plantas que crescem em ilhas de verão crescerem numa ilha de inverno, simplesmente fantástico - terminou, quase não se aguentando de empolgação.

- Viu, ele é um prodígio - voltou a dizer a irmã. - E vocês o que fizeram para os seus países, além de cobrarem impostos para bancar suas festas idiotas, hein? - pausa, ninguém respondeu. Todos a olhavam com raiva ou surpresos, o lugar estava silencioso, pois todos prestavam atenção. - Nada. Eu estou com o pai, Zander deve ser o imperador, sei que ele vai dar conta - terminou, por fim encarando Zander. Todos seguiram seu olhar.

O rapaz se encontrava de cabeça baixa, sentado em um canto afastado, pensativo. Acariciava a cabeça de seu elo, que se recusara a deixá-lo sozinho. Sentindo os olhares de todos, não aguentou mais ficar ali parado, se levantou e se dirigiu em direção a saída, mas foi barrado por Dominic, o irmão mais velho.

- Fale alguma coisa, bastardo! - berrou segurando Zander pelo ombro.

- Primeiro: tire suas mãos de mim - respirou fundo, e esperou que o irmão o soltasse, feito isso prosseguiu: - Obrigado. Segundo: estou tão surpreso quanto vocês, então parem de me encarar assim, eu não tenho culpa de ter sido escolhido, se você está tão incomodado vá dizer isso ao pai - disse perdendo a impaciência, começando a se afastar indo para a saída.

- Vamos fazer a disputa então, como de costume, o vencedor ganha direito ao trono. Daqui cinco dias, no dia do solstício, ouviram irmãos?! - gritou.

- YEAAH - berraram sedentos por uma luta.

- Vamos embora, Elli. - Sem dizer mais nem uma palavra saiu pela porta, acompanhado por seu elo. Estava irritado, mas não era por causa dos irmãos.

Ser imperador não era algo que almejava, sempre teve muito respeito pelo próximo, e fazia tudo que fosse possível para oferecer um lugar melhor a sua mãe, seu elo, e aqueles no qual se importava. Então, se fosse ocorrer a disputa, ou não, realmente não faria diferença para ele.

°

°

°

No dia seguinte, o imperador lhe convocou a uma reunião. Ele sabia muito bem do que se tratava, o que fazia sua tensão ficar ainda maior, já que basicamente se opôs à sua decisão antes tomada.

- Me chamou, senhor? - Perguntou se ajoelhando no chão, reverenciando, ao lado de seu elo, em frente ao seu pai.

O imperador se encontrava em sua sala, onde ficava a maior parte de seu tempo, resolvendo os problemas do reino, e tomava suas decisões finais. Ela era enorme, com suas paredes compridas e decorações ricas em detalhes, como se tudo lá dentro mostrasse o quão inferior você era perante o imperador.

Mais à frente, ele se encontrava sentado atrás de sua imensa mesa de madeira negra, o encarando como se quisesse o matar com o olhar, igual todas as vezes que fazia algo que o desagradava.

- Eu fui informado que você desobedeceu a minha ordem. - Sua voz saiu arrastada, demonstrando seu total desprezo em suas palavras.

- Eu me sinto muito honrado por ter me escolhido pessoalmente, meu senhor. - Falou ainda permanecendo com sua cabeça baixa. - Mas, eu não acho justo aceitar essa dádiva, sem lutar por ela.

- Eu não pedi sua opinião. - O imperador falou em um tom mais alto.

- Mil desculpas, meu senhor. - Respondeu, já sentindo suas mãos suarem.

Não suportava aquele tipo de situação, odiava desapontar seu pai, mas também não queria ser injusto com seus irmãos.

- Não quero perder meu tempo com essa conversa sem futuro, vamos a sala de tesouro. - O imperador ordenou, se levantou e saiu andando em direção a porta à sua direita, acompanhado de seu elo, um...

Nesses muitos anos de vida, Zander aprendeu que quando o imperador lhe mandava fazer algo, a melhor coisa a se fazer, é não questionar e obedecer.

Ele andava atrás, mantendo uma certa distância, sentindo seu corpo cada vez mais pesado, provavelmente era sua consciência se sentindo culpada por ter tomado uma decisão sem a permissão do seu pai.

- Vamos, não temos o dia todo para isso. - Falou já dentro da sala dourada. - Você reconhece essa pedra?

Falou o avistando adentrar na sala.

Na sala havia uma cratera cheia de tesouros, com uma única passagem no meio para um pilar, com uma grande pedra branca, que parecia uma pirâmide. As paredes eram revestidas com estantes, com mais tesouros.

- Ótimo. Então me diga para que ela serve.

- Para passar o poder do imperador, o seu poder, para o seu sucessor.

- Você me mostrou uma vez, quando eu tinha sete anos - respondeu se aproximando, desconfiado.


O ELOOnde histórias criam vida. Descubra agora