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Era uma tarde clara, o céu parecia estar mais azul do que o normal naquele dia, mas a neve continuava a cobrir o solo a seus pés, Elara corria pelo quintal, disposta a encontrar sua mãe que se encontrava nos fundos da casa, em sua estufa, cuidando de suas flores, que aliás era como únicas do país. E era o seu lugar preferido em todo o reino, os cheiros e como núcleos a cativavam, Elara gostava de passar horas colocada no chão da estufa desfrutando dos aromas exóticos que cada flor lhe proporcionava. As glicínias eram suas flores prediletas, pois era o verde do pinheiro e o branco da neve a qual era tão acostumada.

- Mãe! - exclamou Elara. Sua mãe se virou assustada, com a tesouras de poda nas mãos. Ao seu lado lá estava ele, Salem, que rosnou em sua presença. - Eu tenho uma notícia para te dar.

- Qual? - disse está sorrindo.

- Eu vou deixar esse país amanhã.

O sorriso sumiu, dando lugar a um semblante preocupado.

- De repente assim?

- É algo que venho pensando há um tempo - olhou para Salem. - Já que sou adotada talvez meu elo não seja um lobo.

- Sim, mas me deixa preocupada você sair assim sozinha.

- Eu sei que isso te preocupa, mas eu prometo que assim que eu o achar eu volto - segurou a mão da mãe entre as suas, num gesto quase desesperado.

- Se eu digo não, você vai fazer mesmo jeito, não é? - Ela olhou para baixo, cabisbaixa. Mas logo voltou a sustentar o olhar da filha.

- Sim - respondeu especificado.

- Então eu não vejo outra escolha, terei que aceitar. Mas obedeça às condições que vou te dar, não como descumpra em momento algum.

- Claro - exclamou animada.

- Primeiro: Nunca diga seu sobrenome, pois as pessoas podem querer fazer mal. Segundo: não fale sobre o seu dom para ninguém. E por último: volte em segurança, por favor - disse a última frase suplicante e por fim puxou uma filha para um abraço caloroso.

- Tudo bem, mãe - disse apertando mais o abraço.

Logo depois Elara se afastou correndo pela neve, deixando uma mãe preocupada para trás. Essa olhou para seu amigo lobo, procurando por ajuda, mas infelizmente ela não o entendia.

- Eu prometi a ele que a protegeria, mas como posso mantê-la perto de mim? - disse a Salem. - Tenho medo dela descobrir e eu não estou perto para ajudar. Se eu ao menos pudesse dizer ...

Salem encostou a cabeça na perna da mestra, enquanto essa derramava grossas lágrimas em sua cabeça.

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O céu que no dia anterior estivera claro e limpo na manhã seguinte estava coberto de nuvens escuras, sinal que nevaria a qualquer momento. Porém Elara já se equipara com um longo e grosso casaco de pele de urso branco, que contrastavam perfeitamente com sua pele parda e seus olhos dourados. E agora seus cabelos brancos que viviam soltos estavam presos em uma trança nas costas escondida pelo capuz.

Lhe partiu o coração ver sua mãe triste e preocupação pela separação, essa lhe deu uma grande quantia de moedas de ouro e prata para pagar as despesas da viagem. Salem que nunca desgrudava da mestra parecia satisfeito por sua ida.

- Até mais, lobo mau - acenou. - Também vou sentir sua falta, apesar de tudo - disse sincera.

"Eu não" - o lobo disse virando a cara, Elara riu. - "Mas tenha cuidado" - disse hesitante.

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