15. Devil's birthday.

2.9K 196 253
                                    

Embora tivessem precisado de muito esforço, Harry e Louis conseguiram arranjar disposição para ir ao banheiro se limpar, coisa que fizeram em menos de cinco minutos antes de voltarem para o conforto da cama deles. Digo assim, no plural, pois caso reparem bem Louis praticamente não dormiu no quarto que o fora designado — se eu disser que passou cinco noites lá, foi muito. Embolados debaixo dos cobertores após uma rápida troca de roupa, eles se olhavam com os olhos já quase fechados, por mais que o brilho no olhar de cada um permanecesse mais vivo do que nunca.

"Uma vez você me perguntou que dia eu faço aniversário." Relembrou Styles, seu polegar tocando a bochecha do rapaz, que já quase dormia, com suavidade. "Não sei se já deu meia-noite, acho que sim. Então a resposta é hoje, dia um de fevereiro. Niall disse hoje cedo." Revelou e os olhos de Louis se arregalaram abruptamente, em choque, o que fez o outro rir baixo.

"E por que não me disse antes?" Exclamou com certa irritação, pois, caso soubesse antes, poderia ter preparado alguma coisa para ele; um bolo, um presente, qualquer coisa. No entanto, tratou de suavizar sua expressão e suas bochechas coraram conforme um sorriso sincero e carinhoso nasceu em seus lábios. "De qualquer modo," Disse conformado, atirando-se contra ele num abraço apertado. "feliz aniversário, Harry. Reconheço o que tem feito por mim, apesar dos pesares." Murmurou e o criminoso, que retribuía fortemente ao abraço, sorriu.

"Obrigado, Lou. Você é adorável." Respondeu profundamente agradecido e eles vieram a se separar instantes depois. Harry não via graça em aniversários. Não sentia a mesma necessidade que a maioria das pessoas possuía em celebrar a vida — volto a reforçar que ele jamais saberia que estava fazendo anos naquele dia se Niall não o avisasse. Entretanto, o deixava no mínimo contente ver que, diferente dele, seu círculo mais próximo de conhecidos, no caso Louis e os rapazes de Westmount, davam importância àquela data e pareciam dispostos a celebrá-la. Os dois se beijaram em seguida, sem línguas, num gesto que pareceu ter intuito algum além de selar a estranha e curiosa conexão que tinham um com o outro. "Nós vamos almoçar em Westmount amanhã. Eles querem comemorar." Anunciou pouco depois de se afastarem. Seria interessante destacar a posição em que eles estavam debaixo das cobertas: Harry tinha o braço ao redor da cintura de Louis, que estava encolhido e ocasionalmente acariciava a perna do outro com os dedos do pé, ambos os troncos em contato direto.

"Oh." Proferiu em surpresa, sendo pego desprevenido pela segunda vez naquela noite. E embora sua vontade fosse matar Harry por ele não ter dito nada daquilo antes, ele se conteve apenas porque era aniversário dele, caso o contrário o xingaria — não que ele não tenha o feito mentalmente, mas isso não vem ao caso agora. "Devo preparar alguma coisa? Receio que seria impolido chegar de mãos vazias."

"Não, fique tranquilo. Temos cozinheiros lá." Afirmou e Louis assentiu, mesmo que a ideia ainda o incomodasse um pouco.

"E eles vão me ver, não vão?" Questionou confuso. "Quando estivermos almoçando."

"Assim como da outra vez," Harry disse, acariciando o rosto dele com uma gentileza que raramente o pertencia. "eles vão ser dispensados logo após terminarem de preparar as refeições. Todos os criados, aliás. De empregados lá, quando nós o visitamos, só restam os seguranças, mas eles ficam do lado de fora, então não há motivos para se preocupar." Explicou, bocejando logo em seguida e Louis assentiu, compreendendo a situação, por mais que fosse estranho ter conhecimento das tantas medidas sendo tomadas por sua causa; era quase como se ele fosse uma praga, um monstro, e Harry o seu criador. O pensamento o deixou terrivelmente horrorizado, então ele apenas voltou a se concentrar no carinho que era feito em sua face e tudo ficou mais calmo — o criminoso tinha esse incrível poder sobre ele, como já destacado outrora.

"Quantos anos você está fazendo?" Perguntou por curiosidade, analisando meticulosamente o rosto diante de si, e então percebeu que nunca perguntara a ele sua idade. Seu palpite era vinte e três, vinte e quatro; para Louis, Harry não poderia ser muito mais velho do que aquilo.

pandemonium ➸ l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora