18. holy hell and heaven high.

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n/a: boa noite vidas, como vcs estao?

queria frisar o quão grata estou por saber que ainda existe quem leia essa fic. quando a escrevia, em 2018, jamais pensei que ela manteria esse elo tão forte com os que ousaram acompanhar até aqui! então muito obrigada, autora venera vcs

espero que gostem desse cap relativamente menos agoniante e que tenham um bom restinho de semana (:

um beijo,

nat.

(...)

Envergonhado, Louis não sabia se ria ou se escondia o seu rosto — sério, ele não sabia lidar com aquelas coisas sujas que Harry dizia. E o pior de tudo é que ele falava tudo sempre num tom tão sério, que a voz denunciava que ele tinha disposição para cumprir com aquilo que dizia. Ao invés de se esconder, ou de deixar que seu divertimento escapasse de seus lábios em alguma gargalhada prolongada demais, ele apenas segurou o rosto pálido em suas mãos pequenas e tomou os lábios dele, sentindo suas lágrimas salgarem aquele selar. O bailarino se ajeitou no colo dele, ainda assim mantendo certa distância da virilha dele, e apenas relaxou seu corpo quando o outro previsivelmente quis transformar o contato em algo além de um selinho.

Para a minha surpresa, o beijo foi calmo e vagaroso e deste modo se manteve até o fim; eles não tinham o hábito, sabe, de serem lentos ao beijarem — podia até começar assim, devagar, mas sempre se aprofundava dado o desejo que crescia constantemente entre os dois corpos. As mãos de Lou permaneceram acariciando as bochechas e o maxilar de Harry, enquanto este envolvia sua cintura de um jeito terno. Por um instante achei que eles realmente fariam amor naquele dia, pois as coisas estavam serenamente mágicas demais, mas não sustentei a teoria por muito tempo. Não faria sentido: de um lado tínhamos um homem sedento por sexo, do outro um jovem adulto que cedia ao mínimo toque possível. Além do mais, eu conhecia aqueles dois danadinhos e sabia que eles não estariam satisfeitos até Louis estar gritando e a cama rangendo.

Os dois revezaram o controle do beijo: as línguas, ao invés de lutarem pelo domínio, se prenderam à tímidas investidas uma na outra, a uma pressão leve e vagarosa, quase como se não se conhecessem. Harry explorou o interior quentinho e receptivo da boca de Louis, e Louis fez o mesmo na de Harry. Eles demoraram a perder o fôlego e sorriram quando se separaram, mesmo que um pequeno filete de saliva ainda os ligasse um ao outro.

“Fizemos as pazes, então?” Questionou o mais velho, afastando da testa alheia a franja que insistia em cair ali. Tomlinson assentiu, ainda sorrindo, não podendo deixar de sentir o quão bom era estar em paz com aquele que o tinha de corpo e alma, dos pés à cabeça. Parecia quase irreal a forma em que os dois se encaixavam tão fodidamente bem juntos, em que dependiam daquela chama, daquele calor, que sempre acendia quando estavam perto um do outro.

É difícil tentar descrever esse sentimento, e prefiro mantê-lo em aberto, sem rótulos — cabe ao leitor decidir se era afeição, ou dependência, ou uma conexão. Ou se eles eram ligados espiritualmente. Tanto faz para mim, meu papel é apenas narrar os fatos e acrescentar minha breve visão sobre o acontecimento em questão; e eu sei que deveria ser mais imparcial, que não deveria opinar tanto, mas, por Deus, era Harry e Louis! A união mais inusitada, turbulenta e incerta na qual já me deparei! Tento me conter, mas não consigo. Não consigo. E aqui estou eu novamente, perdendo o foco... me perdoem por isso.

Os dois já estavam quentes e excitados, rodeados pela fumaça que ainda estava presente no quarto. O criminoso cheirava a tabaco, perfume amadeirado e hortelã, enquanto o garoto, em contraste, exalava baunilha e morangos. O aroma adocicado e tentador era notável, inconfundível, e Harry ficou deliciado; não pensou duas vezes antes de segurar a nuca alheia com firmeza e puxá-la para si para que pudesse rastejar seu nariz gelado naquele pescoço quentinho e macio, ilustrado pelas marcas que ele anteriormente deixara ali. Harry e Louis eram contrastes, paraíso e inferno na mesma dimensão.

pandemonium ➸ l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora