A pergunta em forma de personagem surgiu num universo paralelo virtual. Era Google docs o nome do papel compartilhado, do mundo, da tela. A tela que de vazia, branca, não era assim tão branda. A pergunta surgiu, o ponto de interrogação. Apareceu simplesmente, num universo que, para ela, era completamente diferente. Talvez apareceu, pois havia outras perguntas ali. Havia outras interrogações, seriam suas parentes? O que será que a trouxe neste mundo diferente? Antes ela não sabia que existia, e eis então, nasceu. Renasceu. Sabia que era composta por. Por algo. Havia uma espécie da rabo. um ponto embaixo de uma curva. Em outro idioma ela era invertida. Havia variações de. De perguntas. Escutou um som, um sol de silêncio, era um ruído. Como se o lócus de intervalo a chamasse. Havia o itálico. Havia a grafia reta. E muitas, muitas perguntas no diálogo entre dois seres que escreviam. Tentou compreender o que estava acontecendo ali e como interagir. Seriam outras derivações de perguntas? O que eram, quem eram as coisas por trás do que se dizia? (***) Todos os Direitos reservados. Obra de Murilo Senhuki Esposto e Raynara Candisse Esmeraldino @murilose e @raynaradino