Chan sempre acreditou que estava amaldiçoado, condenado a viver atormentado e possuído por demônios. Desde pequeno, ele via espíritos à sua volta. Uma realidade assustadora para qualquer criança e, além disso, algo incompreensível para seus pais católicos rigorosos. Criado sob uma fé implacável e moldado pelo que foi forçado a acreditar, Chan nunca se sentiu verdadeiramente aceito, nem pela sociedade, nem por si mesmo. Carregava o fardo de ser diferente desde o dia em que nasceu, a culpa de não se encaixar, de ser um erro em um mundo que não o aceitava, uma anomalia sem cura. Tudo muda quando, em meio a uma crise, o caminho de Chan se cruza com o de Minho, um bruxo, figura que Chan deveria temer de acordo com tudo o que aprendeu. Mas Minho não se encaixa nos estereótipos que Chan alimentou durante toda a vida. Em vez de julgá-lo, Minho oferece algo que Chan nunca experimentou: compreensão e aceitação. Minho não tenta "consertá-lo" ou moldá-lo para ser aceito, ele o acolhe como é, permitindo que Chan, pela primeira vez na vida, comece a se enxergar além das sombras que o cercaram por tanto tempo e perceba que, talvez, não esteja amaldiçoado, mas apenas perdido em um mundo que nunca o entendeu.