7 - Medo.

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Minho correu até Chan, esquecendo completamente do que estava fazendo. Chan estava encharcado, seus olhos arregalados e desfocados como se não estivesse realmente ali. Suas mãos não estavam cobertas com luvas, e Minho sabia que ele nunca sairia de casa sem elas em sã consciência. Chan estava completamente deplorável, com sangue seco manchando seu rosto e olheiras tão profundas que pareciam cavidades escuras ao redor de seus olhos. Era uma imagem difícil de encarar.

— Chan, o que aconteceu?! — Minho sussurrou, se ajoelhando ao lado dele, tentando desesperadamente entender o que estava acontecendo. Ela estendeu a mão, hesitante, como se temesse que ele se desfizesse em pó ao menor toque. Chan olhou para ela, seus lábios trêmulos enquanto tentava dizer algo, mas as palavras simplesmente não saíam.

— Tudo bem, tá tudo bem… — Ela disse, tentando manter a calma em sua voz — Você tá seguro agora, Chan, eu tô aqui. — Minho se aproximou, olhando ao redor antes respirar fundo — A gente precisa entrar, você consegue?

Chan assentiu, então ela se levantou, ajudando-o a sair do chão e trazendo ele para dentro da loja. Ele estava fraco, quase desmoronando em seus braços, mas Minho o segurou firmemente.

— Jeongin! — Minho gritou, vendo o irmão atravessar a parede praticamente no mesmo segundo.

— O que fo- É o Chan?!

— Eu consigo… — Chan murmurou, a voz fraca e trêmula, enquanto tentava desesperadamente não deixar todo o seu peso cair sobre Minho.

Minho, sem perder tempo, virou novamente a placa da loja para "Fechado" e, sem pensar duas vezes, começou a andar com Chan para o fundo da loja.

— O que aconteceu?! — Ela perguntou, a voz saindo quase em um sussurro angustiado. Seus olhos se moviam rapidamente, por todo o rosto de Chan — Quem fez isso com você? Como isso… Há quanto tempo você tá aqui na frente?! Por que você não me ligou?!

A cada pergunta, o desespero em sua voz aumentava. Ela olhava para Chan, esperando por respostas que ele talvez não pudesse dar naquele momento. Assim que chegaram na casa, Chan tentou ir para a cama da sala, mas Minho o guiou até seu próprio quarto, ajudando-o a se deitar com o máximo de cuidado possível.

— Chan… — Minho murmurou, claramente perdida, suas mãos foram direto para a cabeça enquanto olhava ao redor, tentando encontrar um foco — Eu vou pegar a mala com os curativos e… Certo, tudo bem… — Ela falou mais para si mesma do que para ele, enquanto corria até o armário. Tirou uma mala verde de lá, colocando-a na cama ao lado de Chan — O que aconteceu?

— Eles decidiram que eu precisava de mais um exorcismo. — A voz de Chan era quase inaudível, mas as palavras atingiram Minho como uma facada. Ela se aproximou, sentindo o corpo inteiro tremer — Eu acho foram dois dias seguidos, eu não sei… Eu consegui correr ontem, eu tô sem meu celular, por isso eu não liguei.

Minho perdeu o ar enquanto ouvia aquilo. Era surreal, absurdo. O peito dela se apertou, e ela teve que engolir as lágrimas que ameaçavam cair. Minho raramente chorava, mas isso era demais. Se ela tivesse respondido Chan, se não tivesse tentado se afastar… Talvez isso não teria acontecido.

— O que aconteceu com seu rosto? — A voz dela saiu embargada, quase sufocada, enquanto abria a mala com os primeiros socorros.

— Vidro. — Ele murmurou, sem coragem de olhar para ela — Ele quebrou o calmante que você me deu… Desculpa.

— Por que você tá me pedindo desculpas?! — Minho exclamou, arregalando os olhos. Ela balançou a cabeça, se aproximando dele visivelmente hesitante — Eu vou tirar seu casaco, tudo bem?

Chan assentiu, mordendo o lábio com força para não gemer de dor ao tentar se sentar e ajudar Minho a tirar o casaco. Lágrimas se acumularam em seus olhos quando um ardor terrível percorreu seu braço, e só então ele percebeu que havia cacos de vidro cravados ali, e sangue manchando toda a sua roupa.

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⏰ Última atualização: Oct 21 ⏰

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Darkness always finds you either way | MinchanOnde histórias criam vida. Descubra agora