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PoV. Harry
Fechei a porta atrás de mim, podendo enfim respirar normalmente.
Os pais de Nick tinham sido avisados quando chegamos no hospital. Os dois vieram como tempestades, preocupados e furiosos por Jonas não ter avisado nada.
Nick e eu criamos uma história mirabolante sobre um assalto na porta da faculdade e como fugimos heroicamente por nossas vidas. Eles não tinham motivos para não acreditar, então eu pude sair do quarto e respirar um pouco.
Eu recebi alguns pontos e um remédio para enxaqueca, mas isso foi tudo. Nick foi o mais afetado, o medo que passou era a principal razão por ainda estar na maca.
Me apoiei na parede branca do corredor, fechando os olhos para a luz cegante do hospital.
Eu sabia que Nick aceitou minha explicação do mundo sobrenatural, mas não tivemos tempo de discutir isso depois que o perigo passou. Talvez ele quisesse esquecer e fingir que não existo, talvez fosse demais para seu cérebro mortal e teria que ser internado num hospital psiquiátrico. Talvez fosse até melhor que se afastasse, já que perto de mim era perigoso. Eram tantos "talvez" que meu cérebro rodava.
— Harry! - minha mãe surgiu em minha frente - Fui avisada que você estava aqui. O que aconteceu? É madrugada.
Aceitei o abraço dela, feliz pelo conforto que me passava, mesmo seu cheiro de remédio e hospital.
— Nick e eu quase fomos assaltados, mas não foi nada demais. - acrescentei depressa - Eu estou ótimo, vê? Na verdade, já estava indo embora.
Anne suspirou, me olhando com aquela sabedoria de mãe. Ela tocou meu rosto com delicadeza.
— Seus dias têm sido turbulentos, não é? - comentou com pesar - Por isso vivo avisando que você deveria pedir para trocar de turno com sua chefe. Trabalhar a noite é tão perigoso.
Sorri pequeno, mas não respondi. Eu ainda nem tinha contado que tranquei o curso. Estava tão focado no treinamento de Caçador, ainda chocado que por conta própria, decidi transformar minha vida numa longa e agonizante aula de educação física. Em breve, falaria com Robin, para nós dois contarmos para minha mãe e Gemma sobre tudo. Só era melhor esperar essa ameaça do Purgatório acabar.
— Eu estou cansado, então vou para casa, tá? - falei - Quando seu plantão acabar, me avisa para a gente jantar ou sei lá.
Anne concordou e deixou um beijo demorado na minha testa.
— Tome cuidado na estrada, bebê. - pediu.
Assenti e assisti ela seguir para seu trabalho, sumindo no corredor branco. A madrugada no hospital, tudo que se ouvia eram passos de enfermeiros, a maioria dos pacientes dormindo.
Virei, precisando sair dali.
No meio do caminho, me toquei que não tinha mais celular, como pediria um táxi? Liam tinha nos teleportado e meu Jeep ficou na faculdade. E se eu saísse à pé e topasse com outro Fugitivo?
A cada passo em direção à saída do Hospital Central de Salem, mais meus pés pareciam chumbo e meus olhos ardiam. Por Héstia, eu tinha colocado a vida do meu melhor amigo em perigo. Pior ainda, Ashe estava morta.
Parei, o frio da madrugada me chocando como um soco. Ashe morreu. Fiquei tão focado na saúde de Nick que bloqueei essa informação da minha mente.
Eu sabia que para matar o Dr. Frankenstein só com explosão, mas Ashe... Ela parecia ser tão legal, tão cheia de vida.
Encarei o céu noturno, o caminho de pedras na frente do hospital, dos dois lados palmeiras que balançavam de leve, não tinha ninguém ali. Todos ocupados com seus parentes doentes.
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Mad World
ParanormalHarry tem uma vida tranquila e normal na cidade de Salem. Até o dia do Halloween, quando criaturas que antes achava se tratar apenas de lendas, começam a causar o terror. Agora, Harry se vê rodeado dos chamados Caçadores do Oculto, um grupo de lutad...