SEASIDE | Max Verstappen

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Baseado em uma história real.

{♥}

Era a última noite à bordo do Ovation of the seas e, por isso, o diário de bordo cuidadosamente posicionado sob a penteadeira logo ao amanhecer pela camareira responsável por arrumar a cabine na qual estava instalado pelos dez dias que se passaram, indicava que todos os passageiros, assim como a tripulação, deveriam usar traje de gala para a última noitada antes do gigante marítimo ancorar no porto de Mônaco às 10h do dia seguinte.

Todas as noites eram assim em alto mar. A cada dia um tema diferente enfeitava os corredores e decks da pequena, e privada, cidade flutuante. Festa do branco. Festa havaiana. Jantar com o comandante. Não havia tempo para tédio, mesmo quando o sinal de celular era inexistente e tudo o que se via era a imensidão azul do oceano cercando todo o perímetro. A ideia de fazer um cruzeiro tinha partido da mente brilhante de Daniel Ricciardo, em uma tarde refrescante que precedeu o último classificatório do ano, na ilha de Yas.

— De nada! - Daniel exclamou dando um tapa em meu ombro.

— Oi? - Questionei completamente perdido no que o australiano estava falando.

— Nós vamos andar de navio nas férias. Está decidido. - E com um sorriso triunfante no rosto, o piloto da Renault, e meu melhor amigo, saiu das acomodações do paddock me deixando sem qualquer tipo de reação. - E não, não existe a opção de você não ir. - Ele completou dando uma piscada acompanhada de um soco fraco na parede como se estivesse acertando a minha mão.

Ricciardo era capaz de nos colocar em furadas jamais vistas na terra anteriormente, como na vez em que entramos de penetra na festa do sultão da Turquia, após uma corrida em Istambul. Mesmo sendo pilotos de Fórmula 1, éramos completos desconhecidos para aquela gente e, exatamente por isso, fomos chutados, literalmente, para fora pelos seguranças. Mas fazer um cruzeiro não me parecia uma má ideia.

Dentro dos 384 metros que compunham a extensão do navio, tudo acontecia de forma, quase, simultânea. Durante o dia, a piscina pulsava como o pulmão daquele ecossistema. Quando o sol caia, e a lua virava a principal atração no céu, as luzes e máquinas do cassino se acendiam e o ambiente tornava-se o principal ponto da embarcação até as portas da boate se abrirem, pontualmente, à meia noite dando início a encontros regados por música, álcool e o balançar causado pelas ondas colidindo com as paredes externas da condução fluvial.

— Max V. Como estou? — Ricciardo saiu de dentro do banheiro acoplado na cabine dupla que dividíamos e parou a minha frente com os braços abertos coberto por um terno azul marinho.

— Simply simply, lovely. Falei em uma tentativa falha de imitar algo parecido com um sotaque britânico.

— Merci!Daniel respondeu utilizando uma das duas únicas palavras que ele havia aprendido nos dois anos em que vestiu o amarelo e preto da Renault.

Enquanto terminava de ajeitar a gravata borboleta que compunha o terno preto no qual estava vestido, Ricciardo repassava a programação da nossa despedida.

— Certo. Primeiro, vamos jantar porque eu não sou ninguém sem comida no sangue. Depois, vamos ao show no deck da piscina e fechamos a noite na boate.

— Combinado. Hum...Você vai passar na cabine da Isabelle antes? —Perguntei já sabendo a resposta.

Era óbvio que ele iria até as instalações da noiva. Schafauzer tinha embarcado no mesmo navio que a gente, mas acompanhada pelas amigas em uma viagem apenas de mulheres. E, por mais que a tentação de ficar o tempo todo ao lado de Bel fosse gigante, Daniel respeitou o espaço da loira e apenas fazia visitas rápidas para dar um beijo de boa noite, por exemplo.

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