2. Um avanço?

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Seulgi se lembra perfeitamente da sensação de ter estado com sua nova vizinha. Seu coração se apertou em decepção. Talvez não fosse sua sexualidade, talvez fosse também, mas além de tudo, aquela mulher parecia ser tão distante de sua realidade. Tudo bem, a Kang também levaria aquele acontecimento para o coração.

No dia seguinte, já era quatro de janeiro. Um novo ano e ela nem mesmo havia se lembrado. Seu primeiro de janeiro havia sido uma merda tanto quanto seu pós-natal. Tudo estava sendo uma merda, exceto pelo fato de que Seungwan estava lhe mimando com deliciosos pães caseiros em plenas oito e meia da manhã.

— Ei, Seul, o que acha de irmos àquela loja de imóveis hoje, hein?!

É incrível que não faz nem mesmo vinte e quatro horas que a conhece e Seungwan lhe parece ser uma amiga de longa data.

— Tudo bem para você me acompanhar? — perguntou receosa.

— Totalmente. Irei te guiar por este bairro também.

— Parece bom. — a Kang assentiu com um sorriso doce. — Mas e Joohyun? Ela não liga de você estar comigo?

— Joohyun? Oh, não... Hyun vai para a academia esta manhã, não se preocupe.

Faz sentido para Seulgi o fato dela ter um corpo tão esbelto. Uma ótima coincidência para a monolítica que também frequenta academia sempre que pode.

— Se você diz...

Seulgi até achou melhor não estar na presença de Joohyun, até porque a mulher com certeza seria uma metralhadora de sinceridade mais uma vez e ela não tem certeza se pode aguentar aquela língua solta se não for dentro de sua boca.

Vejam só, isso foi um pensamento bem ousado, mas que logo foi apagado por Seulgi. A monolítica quis se concentrar apenas na gentil vizinha em sua frente.

Seungwan ofereceu à Seulgi uma carona em seu carro, embora a última insistisse em usar seu próprio automóvel. Depois de muita discussão, acabou que elas decidiram ir juntas no carro da Son.

A loja de imóveis que a loira havia indicado se localizava no centro de Busan, onde o movimento era mais notório por ser o começo de um novo ano. Graças ao bom Deus, Seulgi tem sua própria economia no banco, então pode escolher uma cama e um colchão bastante confortáveis. Ela também aproveitou para levar alguns itens de enfeites e algo como uma nova televisão. Bastante coisa! A sorte é que seu salário como telemarketing não é uma merreca.

Pelo menos uma coisa boa Miyoung deixou em sua vida.

Após muito andarem, Seulgi se ofereceu para pagar um sundae à sua vizinha. Seungwan aceitou de bom grado e se juntou com a monolítica numa praça, onde passaram a conversarem confortavelmente.

Falando um pouco mais sobre Son Seungwan, era possível notar o quanto a loira gostava de ouvir o que Seulgi tinha para lhe falar. Suas histórias eram tão engraçadas, sem contar o modo que ele dizia tudo, tão fofa. Seus traços também agradaram a mulher. As mono pálpebras, seus lábios finos, o nariz um pouco achatado. Sua aparência lembrava a de um urso. Seungwan não queria admitir abertamente, mas considerava a Kang tão sexy, não só por seu corpo magro e suas pernas longas, mas por sua pele bronzeada e sua aparência feminina não convencional.

Saber que ela sentia atração por mulheres apenas melhorou toda a sua análise.

Mas como nada dura eternamente, a conversa teve de ser interrompida pela própria Kang, que alegava querer descansar um pouco em seu próprio apartamento, então Seungwan assentiu e elas seguiram de volta ao complexo.

— Foi uma experiência agradável, Wannie. — disse Seulgi satisfeita com o passeio.

— Digo o mesmo, Seul. — a menor sorriu. — Tem certeza que não aceita ao menos um café no meu apartamento?

Apartamento 0707 | SeulreneOnde histórias criam vida. Descubra agora