Desejos frustados.

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Eu odeio as manhãs, ainda mais após uma noitada bebendo garrafas de vinho.
Mas o verdeiro sentimento vem,
não dá ressaca.
Mas sim da falta estranha dele.
Amon.
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Amon.

Amon não esperava acordar com uma dor de cabeça horrível e curtos relances da noite passada com Azriel.

Se lembrar das coisas coisas confusas que falou, de como quase caiu e do corpo forte dele que a segurou.
Essa última parte fez seu rosto branco e pálido ficar quente como chamas por baixo das cobertas de sua cama.

Ela sentia que precisava desesperadamente pedir desculpas para ele, mas acreditava que ele nem voltaria a querer vê-la.

Um bom chá fez a dor de cabeça da ressaca sumir, e um bom livro de jardinagem fez sua mente se ocupar e não pensar nele. Por um breve, bem breve momento.

Azriel.

Azriel acordou sorrindo após se lembrar de Amon, algo que ele não esperaria que um dia fosse acontecer, mas aconteceu, e era bom.

Ele ficou terrivelmente preocupado com ela, se ela acordou bem e como estava se sentindo. Um sentimento estranho preenchia seu peito a cada vez que pensava em Amon.

Azriel ficou ocupado amanhã toda com suas responsabilidades como Espião de Rhysand, seu amigo e família. E no começo da tarde decidiu visitá-la.

Mas o que não esperava era vê-la assim.

Amon estava cuidando de um jardim, que ele nunca reparará nos fundos do chalé.

A testa franzida concentrada e com mechas ruivas caindo na frente do rosto, ela estava encantadoramente hipnotizante.

As rosas que ela podava com uma grande tesoura de jardinagem, eram vermelhas sangue e cheias de vida. Para o começo de primavera, aquilo era um verdeiro milagre.

Ela fez um biquinho pensativa analisando as pétalas de uma das rosas do galho e sorriu.

O sorriso dela fez seu coração bater mais rápido e ele sorriu junto com ela, encantado com aquela bruxa.

Azriel a observava de longe, após pousar nos fundos da casa. Mas a observação logo chegou ao fim quando ela o notou.

Amon e Azriel.

Estava sendo observada.
Sentia isso.

Mas após olhar para os lados com a grande tesoura de jardinagem como defesa - incluindo as armas escondidas pelo corpo -, avistou um homem grande e bonito atrás de uma árvore e acenou para ele com a mão livre.
Azriel.

- Não tem nada melhor para fazer, além de me observar? - Gritou para ele, que deu um meio sorriso sexy como resposta e começou a caminhar na direção dela.

- Não, não tenho. - Ele respondeu quando chegou mais próximo do jardim e se apoiou na cerca de madeira do chalé.

- Então ache algo para fazer. - Ela respondeu fria e se voltou às rosas para esconder um sorriso de canto por vê-lo.

- Eu vi isso, Amon - ele a provoca com a voz rouca e pula a pequena cerca de madeira.

- Viu isso o quê? - O retruca com diversão na voz. A voz rouca dele fez seu coração disparar, mas ela não se virou para encara-lo.

- Isso aqui. - Ele sussurra se aproximando por trás e puxa a cintura dela para o encontro do seu corpo.

- Mas não tem nada "aqui" - ela consegue responder com um pouco de dificuldade ao sentir algo duro atrás dela.

- Nem aqui? - Azriel afasta os cabelos ruivos da lateral do pescoço e começa beijos lentos ali, subindo para o encontro da orelha.

- Não... sei. - Amon ofega quando ele morde o lóbulo da orelha dela, com os beijos e lambidas ardentes no pescoço e as provocações pelas suas mãos na sua cintura.

Isso estava a deixando louca.

O que está acontecendo?

Amon sentia coisas que não deveria sentir, e é por isso que ela o empurrou com força por trás e se virou para encara-lo.

- Azriel, o quê foi isso? - Ela se afasta alguns passos dele ainda ofegante e engolindo em seco.

- Eu... - Azriel para para pensar e passa as mãos no cabelo frustrado. Olhando em direção as árvores no norte. Tudo para não ter que suportar o olhar dela que parecia desolado e confuso tanto quanto o dele. Mas também carregado de desejo.

Na verdade, ele não sabia como responder a pergunta de Amon. Ele sentiu uma vontade inexplicável de sentir seu corpo no dele, e quando percebeu o que estava fazendo, já estava sentindo a textura macia do pescoço dela com seus lábios.

- Azriel - Amon o chama e ele finalmente a olha nos olhos, na aquele mar azul o levando para um naufrágio. - Eu acho melhor você...

- Eu vou - depois de uma longa pausa, ele continua frustrado. - Eu só queria saber se você estava bem - ele se afasta dela de costas, tudo para não ter a tentação de agarra-la de novo e abre as asas.

- Eu estou bem. - Ela coça a nuca como um jeito desconfortável e olha ao redor. Tudo menos para Azriel.

Ainda mais frustado e com outras partes ainda ativas, Azriel fecha os olhos e vai embora.

O ar gelado acima das nuvens o ajudou a pensar e se acalmar.
Mas não havia como deixar de pensar que queria, o que quer que seja aquilo, de novo.

|Editado pela primeira vez: 04/01/2021|
|Última vez editado: 21/01/2021|

Como Eu Nunca Percebi Ela? (Azriel & Amon)Onde histórias criam vida. Descubra agora