CAPÍTULO 11

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Emili Petrov

- Emili, estou falando com você. - toda a frieza de sua voz me fez despertar e eu pisquei algumas vezes ao virar meu rosto para olhar Miguel atrás de mim sobre meu ombro.

Mas não era ele que eu queria ver, era aquela figura através das sombras, era aquele olhar atento sobre mim, mas assim que voltei meu rosto para frente ele não estava mais ali. Será que eu estava delirando? No mínimo eu estava sobre tanta pressão que estava vendo coisas. Só poderia ser isso.

- Emili! Não me ignore. - sinto sua mão pesada segurar meu pulso e me fazer virar de volta para ele e eu encontro o olhar frio do Miguel sobre mim.

- O que você quer comigo? - pergunto nervosa olhando para ele, já cansada daquele jogo.

Seus olhos se franziram por um instante em minha direção, e eu puxei meu pulso do seu aperto e enfim ele me largou.

Mais uma vez eu não teria sua resposta, mais uma vez ninguém me dizia nada.

- Quer saber? Estou cansada. Sei que você mal chegou e eu estou a um ano sem respostas. Afinal o que você quer comigo? Quem eu sou? O que eu preciso fazer para sair daqui? Eu não aguento mais essa pressão. Estou sufocando e preciso saber porque você mudou tanto dessa tarde para essa noite.

Desandei em falar e lhe enchi de perguntas, mas isso pareceu aliviar o aperto em meu peito e eu inspirei fundo aquele ar gelado.

Miguel me encarou sem nenhuma expressão e eu odiava não saber o que esperar dele.

- Vou te dar suas respostas Emili, mas não aqui nem agora.

- E quando? Quando vocês vão me falar o que está acontecendo?

Seus olhos se levantaram de mim para algo atrás de mim e eu virei meu rosto sobre meu ombro para ver o que ele via, mas não havia nada, nada além da mureta da sacada e uma folhagem no canto. Então franzo meu cenho irritada e voltei para ele que pegou meu braço para me tirar dali.

- Vamos para casa. Lá nós poderemos conversar.

Não protestei desta vez e deixei que ele me levasse.

Passamos próximo onde Eliot estava e o Miguel o ignorou seguindo a passos largos em direção a saída e eu registrei o olhar decepcionado do homem com quem vivi esses últimos meses. Algo de errado estava acontecendo, algo além do que eu já estava vivendo, eu podia sentir isso.

Apressei meus passos e quase corri sobre os saltos para acompanhar o Miguel até o carro, e durante todo o percurso ficamos em silêncio. Eu só falaria com ele quando chegássemos a cobertura, e só falaria para ter minhas respostas.

Chegando a cobertura, ele seguiu direto para o quarto e eu fui atrás dele batendo meus saltos sobre o mármore.

- Você vai me dizer o que quer comigo? - pergunto indo direta ao ponto e Miguel tranca a porta logo depois que eu entro.

- Um filho. Te proteger. Te devolver a sua família. Matar você. Amar você até o fim dos tempos. Te entregar aos meus inimigos e me livrar desse pesadelo. Eu não sei Emili, eu não sei o que eu quero com você. Eu quero tudo ao mesmo tempo.

Suas palavras frias e brutas me pegaram de surpresa.

Filho, proteção, família, morte, amor, perigo. Tudo isso rodava em minha cabeça e eu estava ainda mais confusa, até que Miguel deu uma risada curta e fria que me fizeram voltar para aquele quarto.

HERDEIRA DO PODER - O Jogo De Conquista I (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora