CAPÍTULO 40

872 143 61
                                    

Emili Petrov

Sento na bela poltrona do consultório médico sentimento meus batimentos ainda mais acelerados. Parece que meu coração sairá pela boca. Meu estômago está se revirando naquele enjoo de ansiedade, e todo o ar daquela sala parece denso demais.

Eu havia tomado meus remédios, os quais os médicos em Dubai me receitaram, e mesmo assim parecia que eles não estavam fazendo efeito nessa hora.

Um senhor de cabelos grisalhos e jaleco branco entra na sala refinada, e vem a nossa frente, do outro lado da larga mesa de vidro. Seu nome era Marwan Jamil, ele seria meu médico e cuidaria da minha gestação a pedido do Sheik.

Haya fica ao meu lado enquanto o médico obstetra me faz perguntas sobre meu estado, meus sintomas, me explica melhor o que me levou ao hospital na última vez, quando apaguei em Dubai, e me alerta sobre os riscos que o estresse causa a mim e ao bebê.

Enquanto o médico fala, vez ou outra eu olho para Haya que revesa entre o médico e a mim. Seu olhar é de carinho e compaixão, e eu penso, o quanto essa mulher pode ter passado perdendo sua filha, depois descobrindo que tinha uma neta, e a encontrar assim, adulta e grávida. Eu não poderia negar, Haya vinha sendo uma das melhores pessoas que já conheci em minha vida. Ela era avó perfeita, quase como a mãe que eu nunca tive. E dela eu sentia um carinho e afeto como a muito tempo não sentia, o carinho que eu sentia vindo das freiras no convento.

O médico me faz desprender dos meus pensamentos quando me pede que eu me troque no banheiro, e depois Haya me acompanha até a sala ao lado do consultório, onde o médico está me esperando para fazer meus exames.

Deito na maca apreensiva. Esse seria um momento decisivo, o momento em que pela primeira vez eu veria a criança que crescia dentro de mim. O momento que eu jamais pensei em passar, e também o que poderia mudar tudo. Porém, a apreensão aperta ainda mais em meu peito quando me lembro que eu também descobriria o tempo que eu estava grávida, e Haya estava ao meu lado, segurando delicadamente minha mão, como o pai do meu filho deveria estar, e ela saberia quem era o pai dessa criança.

Sinto meu corpo gelar com essa constatação, e engulo em seco. Eu esperava que Haya me compreendesse e não disse nada ao Sheik por enquanto. Essa não era uma boa hora para descobrir que eu estava grávida do Andrej. Ele poderia não ser tão paciente e compreensivo o quanto estava se esforçando para parecer ser, e pode me obrigar de uma vez a me casar com o pretendente que ele achou para mim. Mas eu não ia fazer, nem que eu tivesse que tentar entrar em contato com o Andrej e fugir daqui.

Sinto o gel gelado que faz minha pele se arrepiar e vejo a mão do médico com o aparelho que toca minha barriga que tem um pequeno e discreto relevo, e logo um som de chiu invade a sala, e com ele bem o som de algo que pulsa forte e rápido me fazendo paralisar no mesmo instante.

Viro meu rosto para Haya e encontro seus olhos emocionados sobre mim, com uma feição de quem está emotiva e ansiosa, e logo a tela da televisão a nossa frente se ascende, e entre formas distorcidas eu vejo uma mancha com um pequeno borrão que já tem suas perninhas e bracinhos se formando.

Haya fala algo em árabe, algo que não consigo entender e o médico a responde no mesmo dialeto. No momento não penso em perguntar no que falam, pois deduzo que seja algo relacionado a uma comemoração pelo bebê, já que sua mão aperta a minha, e ela tem um largo sorriso em seus rosto, e seus olhos agora brilham em tamanha felicidade.

HERDEIRA DO PODER - O Jogo De Conquista I (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora