CAPÍTULO 02

2.6K 305 258
                                    

Montreal, Canadá.

Doze anos antes...

- Nós a encontramos! - a voz do outro lado do telefone falou através do viva voz ecoando pelo escritório, fazendo um largo sorriso se abrir nos lábios de Nicolo Rizzuto.

- Me diga o nome da garota.- Nicolo perguntou empolgado com a notícia que havia acabado de receber.

- Emili Petrov.

- Petrov? - seu cenho franzido fazendo sua cara se fechar - Como teve tanta ousadia em batizar ela com esse nome?

- Não sabemos senhor. Apenas encontramos a garota que tinha as mesmas características que o senhor pediu. E comparando seus traços com os da foto, temos plena certeza que é ela.

O famoso mafioso de toda Montreal e Quebec, se não de todo Canadá, alargou novamente seu sorriso, parecendo satisfeito com o que acabou de ouvir.

- Me mande o endereço, estaremos aí o mais breve possível. Quero ver está garota com meus próprios olhos.

Nicolo encerrou a ligação e levantou-se de seu lugar, atrás de uma pesada mesa de carvalho e direcionou-se a mim.

- Vamos meu filho. Vá arrumar suas malas, você irá comigo para a Sérvia.

- Sérvia? O que temos na Sérvia? Aquele país é tão mais baixo do que o de costume. - respondo confuso com seu interesse repentino naquele país nas últimas semanas.

- Agora temos muito. Vamos dominar aquele país e iremos conhecer uma pessoa que você precisa ver.

Concordei com o velho senhor a minha frente, sem ter nenhuma outra opção. E era melhor lhe obedecer do que sofrer as consequências em suas mãos.

*

Dois dias depois, Vranje, Sérvia.

- Ali está ela. - meu pai aponta para uma pequena garota morena, de cabelos grossos que brinca sozinha com uma pequena boneca, senta no gramado de um orfanato.

O orfanato daquela cidade era tão pequeno e caindo aos pedaços quanto o resto das construções que o cercavam, mas tinha tantas crianças barulhentas. E a menininha que meu pai apontava parecia ser a mais silenciosa delas, escovando o cabelo de uma boneca maltrapilha, usando um vestido velho e surrado.

Olhar para ela era como olhar para a tristeza em forma de pessoa. Ela tinha seus olhos triste, não expressava nenhuma outra emoção, nem mesmo enquanto brincava sozinha, isolada de todos os outros. E algo nela me chamou a atenção. Talvez sua condição precária, seus cabelos cheios e escuros, ou sua pele levemente dourada coberta por um vestido de uniforme do orfanato. Não sei exatamente, mas algo atraia meu olhar para a menina que deveria ter em torno de seis anos de idade.

- Posso ajudar os senhores? - uma senhora em torno dos seus cinquenta anos se aproximou chamando nossa atenção. E pelo jeito ela deveria ser a responsável por aquele lugar.

- Sim. Pode. Gostaria de saber mais sobre a garota com a boneca. - meu pai a respondeu e a senhora virou seu rosto parecendo olhar para a garota.

- Emili? - a senhora perguntou voltando sua atenção para nós e meu pai assentiu - Estranho, o senhor é o segundo que pergunta sobre a garota está semana.

- O outro deve ser um dos meus homens. Rodolfo.

- Sim. Esse mesmo. - a mulher concordou parecendo se lembrar do investigador que meu pai mandou pelo mundo atrás da garota que ele queria encontrar por algum motivo. - Mas lamento informar que não posso falar mais do que já falei para ele.

HERDEIRA DO PODER - O Jogo De Conquista I (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora