Capítulo VI - Senhor do Fogo

57 4 1
                                    

Despertando com barulho de vozes distantes. Havia saído da trilha, não sabia mais em que lugar estava, e muito menos de quem eram as vozes.

Seriam os guardas? – Perguntei-me em pensamento.

Levantei-me e fui seguindo as vozes sem saber aonde elas me levariam. Deparando-me com um lugar lindo e sombrio. Eram pedras enormes erguidas em círculos com uma mesa de pedra centralizada onde tudo era envolto de plantas. Era incrivelmente lindo e arquitetado.

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Inúmeras pessoas vestidas com roupas de seda com capuz e sapatos, todos brancos, ao redor da mesa de pedra

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Inúmeras pessoas vestidas com roupas de seda com capuz e sapatos, todos brancos, ao redor da mesa de pedra.
Abruptamente, ao ouvir o movimento dos arbustos vejo outras duas pessoas que também usam tais roupas saíndo de entre às árvores, e, com receio de que me vejam, me encolhi entre as folhas e galhos, silenciosamente, apenas os observando, carregando em mãos um cervo morto em direção a mesa de pedra, posicionando o corpo sem vida do cervo no centro.
Em seguida, alguém se posiciona de fronte a mesa, retirando uma faca e abrindo o cervo, desenhando com seu sangue um círculo estranho.

                                                                         

– Tu és a dúvida e a revolta, sofisma e a impotência, tu vives novamente em nós, como nos séculos atribulados quando reinaste, manchado de sangue das torturas como um mártir obsceno no teu trono das trevas, brandindo em tua mão esquerda o ceptro a...

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Tu és a dúvida e a revolta, sofisma e a impotência, tu vives novamente em nós, como nos séculos atribulados quando reinaste, manchado de sangue das torturas como um mártir obsceno no teu trono das trevas, brandindo em tua mão esquerda o ceptro abominável de um símbolo fálico. Hoje teus filhos degenerados estão espalhados e celebram teu culto nos seus esconderijos. Teus pontífices tradicionais são como pastores cegos, viciados, infames, mágicos presunçosos, envenenadores e párias. Mas teu povo cresceu e, Asmoday, tu podes te orgulhar da multidão de teus fiéis, tão pérfidos como tu desejaste. Este mundo que te nega, tu habitas nele, tu chafurdas nele em rosas mortas de um monte de lixo cediço e mal cheiroso. Embora anônimo e obscuro, por mais alguns anos ainda; mas o século por vir irá proclamar tua vingança. Tu renascerás! A ciência dos mistérios subitamente fez jorrar uma onda negra para saciar a sede dos curiosos e ansiosos; homens e mulheres jovens viram-se reflectidos nestas ondas que intoxica e enlouquece. Ó fascinante Asmoday! Arranquei tua máscara de gula voluptuosa e me perdi de amor ante tua face coberta de lágrimas, bela como o rancor e malogrado. Ó hediondo Asmoday!
Ó sagrado herege Asmoday, símbolo degenerado do Universo, tu que conheces e sofres, tu pode vir a ser, de acordo com as palavras da Promessa Divina, o espírito reconciliador da Expiação!  – Ouço uma voz masculina entoando o que parece ser um encantamento.
Asmoday, ajudai-nos. Rei da luxúria, ajudai-nos. Príncipe das fornicações, ajudai-nos. Pai do incesto, ajudai-nos. Asmoday, que fazeis com que os homens se destruam como feras, ajudai-nos!

Chamas flamejantes formam-se no chão em torno de todos ali presente, o círculo desenhado pelo homem começa a brilhar, e então surge uma figura com asas e três cabeças acima do corpo do cervo.

Oh, meu senhor...

O Pecado da Luxúria - AshmadiaOnde histórias criam vida. Descubra agora