Capítulo II - Contratempo

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Há pelo menos dois meses me lembro de ter pensado que construiria um belo reino no dia de minha coroação, mas hoje sinto-me perdido.
Eles finalmente chegaram a Noruega... Saíam as ruas, tomadas pelo caos dos Vikings, que saqueavam e tomavam as nossas terras. A necessidade me fez usar parte do nosso dinheiro para reparar a bagunça, transformando esta nova era em um inferno.

O que acha que deveríamos fazer, Mikel?

– Meu senhor, creio que não há muito a se fazer.

Ora, Mikel! Você é o conselheiro, deverias me aconselhar.

– Mas senhor, o senhor sabe qual é a única coisa que pode os mandar embora, mas creio que no momento não está disposto a aceitar. – Mikel estava a falar sobre Ragnar, líder dos Vikings. O objetivo dos vikings não era matar, mas sim saquear a maior quantidade de bens possível, só morria quem tentava impedir. E eu não queria começar uma guerra, mas Ragnar havia conseguido enriquecer extorquindo  dinheiro dos outros países escandinavos, e Mikel sabia que após meu gasto para reconstruir a cidade, eu não estava disposto a gastar tal quantia para que Ragnar e seus seguidores saíssem de minhas terras.

- Perdão meu senhor, desculpe interromper, mas.. - diz uma criada entrando as pressas em minha sala. - Há alguém que quer ver o senhor.

- Quem?

- O líder dos Vikings, senhor. Ragnar. Ele está aqui e quer vê-lo.

A expressão de Mikel mudou completamente, estava apavorado. E eu, furioso pela ousadia de Ragnar de comparecer a meu palácio.

- Mande-o entrar, agora! - Digo irritado enquanto Ragnar entra pela porta grande de minha sala.

- Hei, Nicollas. - diz ele com uma expressão de felicidade, quase como se eu pudesse vê-lo sorrir.

- Hei. O que quer aqui? Sabe que não é bem-vindo.

- Ei, ei, ei. Se acalme pequeno Nicollas, só gostaria de conversar. - diz ele rindo.

- Então diga logo o que quer. - digo enfurecido.

- Creio que seu povo não está feliz com a onda de arrastões que fizemos, estou certo? E bem, se quiser que a onda de arrasatões pare, me dê o que eu quero. 10 mil coroas norueguesas.

Você enlouqueceu? Não estou disposto a pagar para que vá embora.

– Ora, ora... Não está disposto a pagar pela liberdade do seu povo?

Meu povo é livre! E sempre será. Não será você que irá tirar a liberdade dos meus. – digo revoltado com a quantia absurda que Ragnar havia pedido.

– Certo...

- Quero que saia de minhas terras, imediatamente.

– Só lhe digo uma coisa... - Ragnar olha profundamente em meus olhos com uma expressão furiosa. – Continuarei em suas terras a roubar tudo que vir pela frente, e massacrar quem cruzar meu caminho.

O Pecado da Luxúria - AshmadiaOnde histórias criam vida. Descubra agora