Capítulo IV - Afronta II

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Entrementes, os cavaleiros experientes – que haviam sido enviados como batedores pelas ordens do duque Jakob – relataram que o Ragnar se aproximava. Pois, quando ouviu que seu território roubado ao redor do acampamento estava sendo devastado pelos meus guardas, Ragnar sentiu-se furioso. Com seus navios imobilizados e guardas para patrulhar a região, deixei Ragnar sem saída, se não lutar. Despreparados, não tiveram tempo para treinar. Está era nossa vantagem.

Ao início da batalha, ambos exércitos tentaram obter vantagem. Usando a cavalaria com toda minha força para ataque. Na linha de frente dos defensores encontram-se os soldados mais bem armados, os Thegn, e nas fileiras traseiras, a infantaria leve dos Fyrd, que os assistenciam com uma artilharia limitada arremessaram suas azagaias e projéteis de todos os tipos, lhes dão golpes selvagens com seus machados e com pedras presas em cabos de madeira.
Ragnar colocou na primeira fileira seus seguidores, armados com arcos e flechas. Na segunda fileira, colocou mais, e melhor armada vestindo armaduras. Atrás deles vieram os esquadrões, com Eiko, seu filho, cercado pela elite de guerreiros, de forma que ele poderia mandar suas ordens em todas as direções, por sinais de mão ou por gritos.

Conseguimos ocupar todo o topo da colina com nossas tropas montadas para o combate, procurando auxiliar os soldados a pé. Sem nenhuma brecha para explorar e combater nossos inimigos exatamente como estes querem: frente a frente, sem possibilidades de investidas pelos flancos ou por brechas na defesa, lutando contra uma subida. O embate seria incerto.

Aterrorizada por tal carnificina selvagem, virou-se em fuga a enfantaria. Quase toda a linha de batalha de Ragnar retirou-se. Nós éramos o exército da majestosa Roma, que ganharam tantas vitórias em terra e em mar, e que dificilmente retiraram-se em fuga.
Com o sucesso, eu e meus guardas começamos a empregar a tática da fuga fingida, que consiste em fazer o inimigo acreditar que se está fugindo para retirá-lo de sua posição. Pela grande extensão do terreno de batalha, a fuga é empregada mais duas vezes, criando mais perdas na defesa inimiga. Somando-se a isso, novas saraivadas de flechas são arremessadas nas últimas horas do dia, sendo que uma delas atinge Ragnar, ainda vivo, retirando a flecha de seu olho, para logo em seguida ser atingido por um cavaleiro que lhe corta as pernas.
Seus filhos lutam até a morte, fazendo uma última defesa desesperada, enquanto são perseguidos até o pôr do sol. Naquele momento seguidores de Ragnar batem em retirada, concedendo-nos vitória.

Ao fim da batalha, chegamos em um lugar muito alto, onde pudemos encontrar corpos de uma batalha devastada. Deste lugar podia-se ver outros lugares da fronteira de Rike. Agora Ragnar deixava de parecer com um Rei Vinking e se parecia com um verme. Um homem desprezível e miserável. E, a medida que Ragnar rastejava, ele já não se parecia mais com um Rei. E as coisas que começaram a acontecer a partir daquele momento eram tão tristes e depreciativas que não consigo descrevê-las. Para nós, este é o fim de todas as história dos Vikings.

O Pecado da Luxúria - AshmadiaOnde histórias criam vida. Descubra agora