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CAPÍTULO 10
VLADIMIR VLASOV

Remexo o copo com gelo incomodado e inquieto. Yvon e seus irmãos pareciam não ter se incomodado com toda bagunça causada. Alex saiu da casa a mais de meia hora e não me importava para onde ele tinha ido, contanto que não fosse incomodar Vitória.

- Vai ficar aí se remoendo até que horas? – Mikhail sentado ao meu lado, múrmura. – Por que não vai logo ver como ela está?

- A italiana tem mais sagacidade do que me foi passado. – Yvon comenta risonho. – Fez bem casando-se com ela. – Ele levando o copo saudando.

Sem vontade de entrar em qualquer conversa me levanto e sigo em direção ao nosso quarto, onde Vitória havia se enfiado desde o ocorrido no jantar a poucas horas antes. Paro em frente a porta e sinto um nó se formando em meu estomago.

Toda briga com Alex me fez um lado de Vitória que eu conhecia somente por rumores contados nos corredores da máfia.

Bato na porta e entro me sentindo ansioso para vê-la. Vitória era minha esposa, então é natural que eu me preocupe com ela. Eu não permitiria que ela se machucasse enquanto estivesse ao meu lado. Eu acreditava nela e acreditava que ela vitima em toda essa história e ela estava sobre minha proteção agora, até que ela pudesse retornar para sua vida.

Saber que Vitória iria embora me incomodava, era mais fácil do que eu imaginava viver ao lado dela. Vitória é uma pessoa agradável e risonha, ela sempre tinha um comentário engraçado para na ponta da língua ou até mesmo uma resposta afiada para te tirar dos eixos. Mas no fundo eu sabia que no final de tudo isso, era melhor que ela voltasse para Itália e qualquer incomodo que eu sentia em meu peito ao confirmar isso deveria ser sufocado.

Vitória estava sentada no pequeno espeço com almofadas perto do parapeito da janela. Ela fitava o céu escuro e pouco estrelado, seus ombros estavam caídos e ela roçava um pé no outro inquieta.

Fecho a porta atrás de mim e encostos minhas costas na parede sem tirar os olhos dela. Vitória era pequena e delicada apesar de toda valentia.

- Eu não quero vê-lo. – Ela resmunga me pegando de surpresa.

- Você deixou isso claro lá embaixo.

Vitória se vira na minha direção e me olha preocupada.

- Eu devo desculpas a Yvon por toda bagunça.

- Não se preocupe com isso. Já tratei de me desculpar.

Os olhos dela estavam avermelhados e a tristeza estampadas neles me atormentou.

- Eu sabia que não seria fácil ver o meu irmão, mas quando eu de fato coloquei meus olhos nele foi como se algo dentro de mim estivesse sendo partido ao meio. – Seus olhos azuis ficam marejados. – Como ele pode?

Eu ando até ela como se sua energia exigisse que eu me aproximasse, que eu sempre me mantivesse perto, me sento ao seu lado e pego um dos seus pés em minhas mãos acariciando a pele macia e sentindo seu calor em minhas mãos.

- Talvez ele tenha uma boa explicação. – Falo me colocando no lugar dela.

Se Mikhail fizesse algo para mim a ponto de colocar toda mina vida em risco eu com certeza iria querer ouvi-lo e entender seus motivos, por mais que isso fosse me machucar mais eu iria querer uma explicação. E no caso de Vitória, eu não deixaria que nada a machucasse mais.

Eu sabia que Vitória precisava voltar para Itália em segurança, eu não ia querer problemas com a Camurro no futuro e também eu não queria vê-la sofrer.

PERPETUAL - MÁFIA KRAVT I Spin Off - Série Obscuros Nova EraOnde histórias criam vida. Descubra agora