prólogo

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PRÓLOGO
VITÓRIA MOTTA

O cheiro forte de sangue invadia meu nariz fazendo meu estomago revirar, eu já não sentia mais meus joelhos, não conseguia mais dizer a quanto tempo eu estava jogada nesse lugar nojento.

Meus pulsos latejavam com a dor da corda que os prendia, meu braço estava dormente e parecia que facas afiadas estavam sendo enfiada em meus ombros que estavam repuxados para trás pela corta presa em meu pulso.

Eu estava de joelho em cima de um tapete áspero e meus braços estavam presos suspensos. O local não tinha nenhuma janela e estava totalmente escuro.

Meu corpo todo doía e implorava por comida e água.

A quanto tempo eu estou aqui?

Eu estava acabada.

Tudo aconteceu tão rápido que eu ainda não conseguia reproduzir as cenas em minha cabeça.

Armaram para mim, essa é a única certeza que eu possuo agora.

Escuto a pesada porta de ferro ranger no piso e alguém acende as luzes me fazendo fechar os olhos com força estranhando a claridade.

Abro os olhos devagar e vejo o diabo encarnado me olhando com um sorriso de lado. E pensar que a poucos dias atrás eu me interessei por esse idiota, que eu fiz sexo com ele, que eu me entreguei completamente para esse masoquista doente.

Yerik me analisa com um sorriso estupido no rosto. Ao seu lado tem mais três homens que me analisam divertidos. Apenas um deles me olha sério e pensativo.

Eu queria acreditar que toda essa merda era só um pesadelo ruim, mas as dores que se infiltravam em meus ossos provavam o contrário.

Yerik ainda estava com um dos braços enfaixados e o rosto machucado. Ele se aproxima de mim e puxa meus cabelos para trás me fazendo erguer o rosto.

- Olhe bem, Vladimir. – Yerik fala e solta um riso. – Não é tão ruim quanto parece. – Ele zomba e solta minha cabeça.

Uma tontura faz tudo ao meu redor girar e eu me esforço para não desmaiar ali mesmo.

Eu nunca fui de me arrepender das minhas decisões, eu valorizava a liberdade que a minha máfia me dava e por isso eu fazia questão de responder pelos meus atos. Eu sempre fui responsável pelas minhas burradas, mas essa... Não eu não era responsável pelo o que aconteceu com Yerik.

- Vejo que você ainda está um lixo. – Resmungo provocativa e percebo todos me encarando.

O moreno barbudo cheio de tatuagens que antes me olhava sério, me olha agora de forma divertida.

Yerik volta a puxar minha cabeça para trás e saca um canivete e aproxima do meu rosto o metal afiado.

- Vitória, querida. – Ele passa o metal afiado pelo meu rosto de leve. – Eu estou sendo misericordioso com você. Não pense que aqui é como na Itália com a porra do seu conselho. – Ele desce o metal pelo meu pescoço. – Sabe qual o conselho aqui na Rússia? – Ele fala com seu péssimo inglês. – A porra de um tiro na testa. – Ele finaliza em russo me subestimando.

- Me mata então. – Eu estava falando sério.

Eu preferia morrer do que ser uma prisioneira da KRAVT.

- Oh... não. – Yerik afunda a ponta do canivete na parte superior do meu seio me fazendo gemer de dor. – Eu deixarei você viver.

- Mesmo depois do que eu fiz, Don? – Falo o provocando. – Eu tentei te matar, não é mesmo? – Sinto minha boca seca.

Eu tinha certeza que Yerik sabia que eu não era a responsável pelo atentado, mas ele insistia em esfregar na minha cara que eu era a culpada.

E antes mesmo que eu continue a provoca-lo um homem loiro musculo que antes nos encarava se aproxima nervoso e desfere um tapa em meu rosto.

- **Sledi za svoimi slovami, suka. – Ele rosna nervoso.

- Você vai pagar de um jeito pior, Vitória. – Yerik rosna irritado. – Matá-la é o que um tolo faria. – Ele ri. – Você agora pertence a mim, pertence a Rússia.

Meus ouvidos ainda zuniam por conta do tapa e as palavras de Yerik pareciam distantes.

- Me mate. – Eu falo novamente me sentindo fraca.

- Não loira. – Yerik. – Agora eu sou seu Don. E você pertence a minha máfia.

- Me mate ou trave uma guerra por me manter aqui.

- Não se dê tanta importância, loira. – Yerik fala. – Gynnad já entramos em contato com Henrico, não é mesmo?

E tudo dentro de mim paralisa, sinto minha respiração pesada e minhas mãos suarem.

O ruivo, Gynnad, olha para mim com pena e minha vontade é de levantar e matar o desgraçado.

- O que Henrico decidiu? – Questiono derrotada e humilhada.

- Eu sou seu Capo. – Ele rosna. – E você vai pagar pelo que fez.

Yerik se vira e fala alguma coisa com os outros dois homens que se mantinham distante.

Gynnad continuava próximo de mim me encarando com nojo.

- Vitória. – Yerik chama e meus olhos seguem na sua direção. – Conheça seu noivo, Vladimir.

E eu não tinha dúvidas, eu preferia a morte.

Tudo estava uma bagunça em minha cabeça. Como pude deixar toda essa merda acontecer?

Eu só queria poder falar eu mesma com Henrico e com minha família e poder explicar que eu não tinha atentado contra vida do Capo Russo.

Não, eu não tinha tentado matar Yerik.

Aramaram para mim e eu estava condenada por isso. 

•••

**Cuidado com suas palavras, vadia.**

PERPETUAL - MÁFIA KRAVT I Spin Off - Série Obscuros Nova EraOnde histórias criam vida. Descubra agora