PERPETUAL - MÁFIA KRAVT I Spin Off - Série Obscuros Nova Era

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CAPÍTULO 12

VLADIMIR VLASOV

Lidar com Irina era sempre arriscado, tudo tinha que ser extremamente calculado porque ela não fazia nada sem um proposito e vê-la caminhar ao meu lado tranquila sabendo que estava em um local que não era tão bem-vinda me deixou alarmado.

- Gostaria que compartilhasse logo o motivo da sua estadia aqui. – Falo olhando a movimentação do festival.

- Me conhece bem para saber que não viria se o assunto não fosse urgente.

- Então acho bom se apressar. – Digo impaciente.

- O que pretende aqui, Vladimir? – Ela suspira. – Essa reunião que marcou com as famílias da KRAVT só traz uma imagem ruim para seu nome.

- Como soube...

- Não ofenda minha inteligência, Vladimir. Quando você me procurou em Moscou eu fiz o possível para te ajudar, aliei você a Koloda para a criação do túnel, você estava no caminho certo, todos estávamos.

- Não fiz o túnel pensando em emancipação.

- Não minta para mim, Vladimir. Fomos confidentes um do outro por meses e eu sei que você nunca gostou de Yerik.

- Assim como você e veja só, está noiva dele.

- Porque é o certo a fazer nesse momento. – Ela suspira e para de andar olhando o conteúdo da tenda ao nosso lado. – Sabe que eu não o amo.

- Essa informação não me diz respeito.

Irina me encara irritada e vejo ela ir domando suas emoções aos poucos e colocar um sorriso superficial no rosto.

- Não me humilhe, Vladimir. Duvido que possa ter me esquecido tão rápido. E por isso estou aqui, para lhe devolver a sanidade. Não pode ir contra Koloda e Gynnad, está tudo arquitetado para queda de Yerik e ter os Vlasov ao nosso lado representa muito.

- Vocês querem meu apoio ou querem minha cidade? – Debocho. – São Petersburgo é valiosa, sei disso.

- E ainda assim está perdendo tempo aqui, com aquela italiana intrometida.

- Ela é uma ameaça para você, Irina? – Pergunto sério.

- De forma alguma, ela é somente um inconveniente assim como o irmão dela. – Irina se aproxima de mim me encurralando contra parede. – Sabe muito bem a qual lado pertence, querido. – Estremeço. – Volte para mim, Vladimir. – Irina então lança seus braços ao redor do meu pescoço e junta seus lábios aos meus.

E eu queria esse beijo, não por deseja-la mas por saber me lembrar do que talvez eu enxergasse nela e quando seus lábios tocam o meu a falta de qualquer sentimento me faz constatar o que eu sempre soube.

Os seus lábios sem vida puxam os meus em desespero, seu cheiro cítrico me lembra do passado que tivemos e o vazio que se instala em meu peito me faz afasta-la.

Não, isso não estava certo.

Ela não era a minha Foxy...

Não era minha raposa astuta.

- Irina, não está sendo clara em seus argumentos. – Eu a afasto de mim com cautela.

Ela me encara com o cenho franzido e eu a analiso e não consigo encontrar nada da Irina que eu achava conhecer. E o fato de eu ter tido qualquer sentimento relacionado a essa mulher é o que me fazia não a fazer sair correndo da minha frente.