Cap 12 - O vislumbrar dos Jardins.

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- Ei, Lucy! Pare com isso, acorde! Você está parecendo uma fresca soluçando desse jeito. É efeito de estar no Palácio, não é?

Meu coração ainda batia descontrolado e senti as lágrimas quentes deslizando sobre as bochechas. Reconhecendo a voz de Joy, de imediato abri os olhos e consegui dar uma leve recostada na cabeceira.

- Oi. Desculpe. - meus pensamentos voltaram-se ao sonho - foi um sonho terrível. - bufei.

- Eu percebi. Você estava chorando. O que estava sonhando?

Baixei os olhos para a coberta, percebi que torcia as pontas da mesma, por conta do nervosismo que se aflorava.

- Foi com ele. - sussurei.

Joy pousou a mão sobre a minha. Era tão bom sentir seu carinho, pude sentir um grande alívio, pelo simples fato de ter sua presença.

- Eu entendo. Vai demorar para se esquecer disso.

- Nunca irei esquecer disso Joy. Está marcado em mim.

Seu olhar desviou-se para baixo, ponderando as palavras, com habilidade de sempre dizer o que eu preciso ouvir:

- Mas você não precisa se martirizar por isso. - ela desviou o olhar por um segundo - Às vezes, não podemos controlar o rumo que às coisas tomam. Não foi digno o que fizemos, mas seria pior se ele estivesse vivo. Você nunca estaria em paz. - desviou uma mecha de cabelo, para trás da orelha - Coisas ruins acontecem, esse é o sistema que vivemos. As pessoas são más e fazem coisas más, devemos estar preparadas para isso, e para as consequências que levam nossas escolhas.

De imediato, senti um imenso orgulho e uma imensa sorte de tê-la por perto. Sorri ao meditar sobre suas palavras. Por mais difícil que fossem nossas vidas, ainda tínhamos uma à outra, e eu não deixaria ninguém interferir nisso.

- Obrigada. - disse já em direção ao abraço, quando senti uma pontada terrível na costela me interromper, e soltei um gemido de dor.

- Meu Deus Lucy, sossegue menina!

- Eu esqueci. - pousei as mãos pressionando a barriga, enquanto Joy levara as mãos em minhas costas, na tentativa de me recompor. - Nem sei como isso foi acontecer.

Ela soltou às mãos e levou ao comprimento de seu vestido, onde pude perceber que havia trocado as vestes. O vestido era longo e se ajustava perfeitamente em seu corpo magro e esguio, trazendo também, jóias nas mangas bordadas.

Joy estava deslumbrante.

- Você não achou lindo? - disse ela, corando levemente. Parecia a mais feliz de todas as moças. Seu rosto estava iluminado, realçando a pele, e a cor negra estonteante de seus cabelos.

- Você está maravilhosa. Estou feliz em vê-la tão bonita! - seus olhos brilharam - De verdade.

- Ah, eu concordo com você, acredita que já me confundiram com a rainha? - endireitou a coluna, pousando uma mão sobre a outra, e empinando o nariz.

- Não temos rainha aqui, Joy. - disse gargalhando.

- Mas do mesmo jeito! Se tivéssemos, com certeza confundiriam comigo!

Joy mudou totalmente sua expressão, levando a mão ao alto da boca, e saiu em disparada à um grande jarro, localizado no interior do quarto. Quis me levantar, para ajudá-la, mas o simples movimento de inclinar o corpo para a frente, foi o suficiente para sentir terríveis pontadas.

- Joy, o que está acontecendo?

Ela prendeu o cabelo com uma das mãos e golfou sem parar por longos instantes.

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