𝐌𝐈𝐍𝐇𝐎

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🍒.

Minho estava pensando em algo no momento em que Bangchan estacionou na frente da sua casa.

– Está entregue... de novo. – O mais alto sorriu, e o Lee retribuiu instantaneamente.

– Muito obrigado, Chris. Amanhã eu vou buscar meu carro. – O ruivo falou enquanto abria a porta.

Bangchan pareceu pensar um pouco, e ponderou se aquela era a melhor decisão a se tomar.

– Você quer sair para almoçar comigo amanhã? – O de cachos disse mais rápido que um relâmpago.

Minho parou de abrir a porta por um instante, e os dois notaram que ele estava fedendo a cigarro. 

– O que você disse? 

– Perguntei se quer sair para almoçar comigo amanhã. – O Bang disse, dessa vez mais firme; parte dele estava torcendo para que o garoto ao seu lado negasse.

O Lee se virou devagar para o outro, acomodando as mãos no colo. Ele ficou observando o rosto de Bangchan por uns minutos, e o mais alto percebeu que seus olhos estavam quase fechando de sono. Christopher costumava achar aquele rubor nas maçãs do rosto dele e os lábios vermelhos, uma beleza diferente. Diferente do Minho que abria os olhinhos devagar quando estava acordando, e distribuía beijinhos no rosto do Christopher enquanto o acordava; diferente de quando estava trabalhando e usava aqueles óculos redondos pretos, com uma franzir na testa que parecia ficar perfeito só nele

Mas aquele rubor e vermelhidão nos lábios demonstrava outra beleza, uma beleza que o mais alto mal prestava atenção. A beleza de Minho quando ele estava sendo a pessoa pela qual Bangchan se apaixonou: Quando não estava armado até os dentes de argumentos e comentários sarcásticos, como fez no jantar. Ou, por exemplo, quando ele privava o Bang do que estava claramente incomodando-o, e depois explodia de uma vez, desabafando tudo que estava segurando e magoando o garoto de cachos.

Ali só tinha Minho olhando para Bangchan, e Bangchan olhando para Minho.

Chris? – O ruivo quebrou o silêncio sob a luz de assistência do carro.

– Hum? – O outro se arrumou no próprio banco, com desconforto visível. 

– Eu quero sim.

– Quer o quê?

– Almoçar com você.

Silêncio de novo, então o Bang puxou o ar.

– Tudo bem – Disse, dando de ombros um pouco. 

– Tudo bem. – O Lee disse e se virou para sair de novo, colocou as duas pernas curtas para fora do carro.

Ele não acreditaria se alguém o dissesse que há segundos atrás ele estava cogitando a ideia de puxar Bangchan para um beijo, o beijo que ele sentia saudade. Quando o homem que agora estava pondo os olhos nas suas costas o puxava e segurava sua cintura, e como isso o fazia suspirar e quase morrer sem fôlego enquanto beijava ele. Um beijo de saudade que, para Minho, faria toda diferença agora.

Porém, ele não o beijou.

– Tchau, Chris. – O ruivo disse, e antes que ele fechasse a porta o cacheado lhe soltou uma piscadela e um sorriso. 

Minho observou o homem dar a ré até sair do estacionamento de seu prédio, a luz das lanternas traseiras sumindo gradativamente. Pegou o elevador do térreo e, enquanto esperava o número respectivo ao seu andar, o ruivo se pegou pensando como Christopher reagiria se ele o beijasse. Será que ele corresponderia? Será que afastaria os lábios rapidamente, como se tivesse beijado alguém estranho numa festa? Ele não saberia responder.

𝘾𝙝𝙚𝙧𝙧𝙞𝙚𝙨 𝙖𝙣𝙙 𝙒𝙞𝙣𝙚Onde histórias criam vida. Descubra agora