𝐁𝐀𝐍𝐆𝐂𝐇𝐀𝐍

272 39 62
                                    

🍷

– Felix eu não posso dormir agora, estou compondo uma música muito incrível, e só nesse momento meus neurônios estão trabalhando – Christopher anuncia ao telefone assim que atende a ligação.

– Que bom que você sabe que precisa dormir, pois eu estou tentando há mais de meia hora. Caso tenha esquecido, Christopher Bangchan, meu quarto fica ao lado do seu – O de sardas diz bufando ao telefone, enquanto o de cachos castanhos transcreve alguns caracteres ilegíveis na folha.

– Ok, não estou exatamente compondo uma música, estou escrevendo coisas aleatórias que estou sentindo agora. Talvez vire uma música e eu fique muito famoso, então você vai ter que agradecer publicamente por eu ter feito tanto barulho de madrugada.

O de cachos voltou a se concentrar nas folhas, e Felix parecia murmurar algumas reclamações ao telefone. Ouve-se um baque surdo e então, a voz do mais baixo é abafada; Bangchan desliga o telefone enquanto sorri.

Passou-se tempo demais desde a última vez que trabalhou tanto assim, trabalhar nas suas coisas até cansar e não sobrar espaço para pensar em Minho. O citado sempre amava ver o de cachos escrevendo, pondo a ponta do lápis na boca enquanto pensava em algo mais brilhante, ouvia todos os arranjos que ele fazia no violão.

Bangchan estava sempre em uma armadilha cheia de Minhos.

Seu celular vibra mais uma vez, e ele já espera que seja outra ligação de Felix mandando-o desligar as luzes. Dessa vez, não. O nome de Minho está estampado na tela, piscando veementemente, implorando para ser atendido, implorando por atenção.

Bangchan atende, e a primeira coisa que se ouve é uma fungada dolorosa do ruivo.

– O que aconteceu? – O castanho diz, meio que tentando soar tranquilo, sem deixar transparecer o quanto esperou por uma ligação do outro.

– Você pode vir me encontrar? – O Lee disse, ignorando a pergunta inicial.

– Minho, são três horas da manhã. O que você está fazendo na rua às três da manhã? – Bangchan aumenta o tom de voz, algo aconteceu de verdade.

– Pode vir ou não?! – O tom do ruivo saiu desesperado no fim da frase. Christopher reconheceu no mesmo instante que ele havia bebido um pouco demais.

– Procure um lugar seguro para ficar e me mande o endereço, estou indo buscar você – Disse, procurando as chaves do carro sem desligar o telefone. – Minho? Alô?

– Oi, estou aqui. – O outro parecia muito alheio.

Ele estava sozinho. Bêbado. Às três horas da manhã. Bangchan começou a se preocupar demais.

– Ótimo. Me mande a localização, e não desligue até eu chegar onde você está! – Disse, e Minho foi capaz de ouvir a voz de Felix perguntar o que estava acontecendo.

– Estou indo buscar Minho, ele precisa da minha ajuda.

– Eu vou com você. – Felix disse muito ao fundo, tornando sua voz abafada.

– Por favor não traga o Felix, eu só preciso que você venha. – Minho intrometeu-se na conversa sussurrada dos outros garotos, Bangchan apenas confirmou com um som de garganta, falando para o de sardas que explicaria o que aconteceu depois.

Felix pareceu não pestanejar, pois em poucos minutos, o Christopher disse que estava saindo da garagem. – Ok, já me mandou a localização?

– Já, Chris.

O maior preferiu não responder. Um apelido íntimo demais, ele se sentiu exposto demais.

– Minho, não pare de falar. Preciso que continue conversando comigo, lembra? – Bangchan dizia enquanto deslizava a mão pelo volante, dobrando à esquerda de um café.

𝘾𝙝𝙚𝙧𝙧𝙞𝙚𝙨 𝙖𝙣𝙙 𝙒𝙞𝙣𝙚Onde histórias criam vida. Descubra agora