𝘾𝙝𝙚𝙧𝙧𝙞𝙚𝙨 𝙖𝙣𝙙 𝙒𝙞𝙣𝙚

𝐁𝐀𝐍𝐆𝐂𝐇𝐀𝐍

🍷.

– Estou conhecendo alguém.

Silêncio. Bangchan pensou ser capaz de agarrar a tensão de tão palpável.

– Hum... tudo bem? – Disse o ruivo, as mãos pequenas nos bolsos.

– Tudo bem?

– É. 

– Ah... – O cacheado disse, a frustração na voz era nítida.

– O que você esperava? – Minho disse seco.

– Eu... Não sei, não esperava nada. 

– Entendi...

Silêncio de novo. Tão desconfortável, Christopher pensou em como seria se simplesmente cavasse um buraco ali; Minho virou-se para a vista da varanda.

– Pensei que tínhamos algo também... – O Lee disse, a cabeça um pouco inclinada. – Quer dizer, é por isso que decidiu me contar? 

O Bang assentiu, esticando os braços pelas barras de ferro que delimitavam a área da varanda.

– Eu ainda gosto de você, Chris. Tipo, gosto muito. 

– Eu também.

– Mas, eu não posso impedir que você goste de outra pessoa, isso ia acabar acontecendo mais cedo ou mais tarde. 

O mais alto caminhou e pôs-se ao lado do outro, relaxando os antebraços na mesma barra branca.

– Decidi te contar pois achei que você merecia saber, eu confesso, achei que voltaríamos depois daquele dia aqui em casa.

– Eu também achei. Ah, afinal, estou sempre tão cheio de esperanças – Minho riu sem humor, e geralmente isso vinha acompanhado de um trago no cigarro, mas dessa vez não tinha nenhum.

– Amo você, Minho, amo você de verdade. Eu não consigo mentir para mim mesmo e dizer que sinto por esse cara o mesmo que sinto por você, pois com você foi tudo tão... diferente. Tudo encaixa, e tudo parece certo mas às vezes me lembro que isso só nos deixa presos, e não podemos seguir a vida se continuarmos assim.

Bangchan terminou de falar e percebeu que estava segurando a respiração. Buscou os olhos do baixinho, e se surpreendeu quando viu que Minho estava chorando.

– Minho, desculpa, eu...

– Tudo bem, Chris. Você merece ser feliz, e eu acho que... acho que você tem razão. Eu não sei se isso é exagero, mas acho que nunca, ninguém, vai fazer com que eu sinta tudo que sinto por você. Tenho medo de não conseguir sentir algo por outra pessoa.

– Você vai conseguir. Na hora certa. Não precisa ter pressa, essas coisas acontecem uma hora ou outra.

– É fácil para você falar, você já está gostando de uma pessoa. Afinal, o que vai acontecer agora? Eu não sei se vou ser maduro o suficiente para encarar seu relacionamento de frente.

– Não estou em um relacionamento, Minho. Estou só conhecendo alguém. – O cacheado revirou os olhos, sorrindo.

– Nós também estávamos só nos conhecendo, e acabamos namorando.

– Você tem um ponto – O mais alto disse, piscando. O ruivo sorriu.

– Ei, vocês dois! – A voz grave de Felix surgiu da porta de vidro da varanda, ambos os garotos olharam. – Vamos, está na hora de comer bolo.

O de sardas se virou, e Bangchan olhou o rosto do Lee, que estava sorrindo sem graça. Eles entraram, e dessa vez, o mais alto notou que os olhos de Jisung o seguiam de forma intimidadora, algo como "eu espero que você não tenha dito nada que irá machucar o meu amigo".