Segundo tempo

Capítulo 52

ATENÇÃO: antes de ler esse capítulo, vão lá no perfil da fanfic APRECIAR A CAPA NOVAAAAAAA. ELA TÁ MUITO PERFEITA E EU TO CHORANDO EM CIMA DELA FAZ DIAS. Um presente de fim de ano dado pela dntfarway para nós, porque a Annie nos ama e nos mima muito ♡ 

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Jungkook odiava Min Yoongi. Era isso, fim de papo.

Ele odiava suas mãos grandes, cheias de trilhas azuis e sobressaltadas na pele alva, segurando-o firmemente pela cintura, mantendo-o completamente encarcerado em sua gravidade densa. Odiava seu cheiro fresco e cítrico, que o lembrava tardes de verão em Busan repletas de risadas dos seus amigos mais queridos e abraços da sua família, que tinha sabor de casa. Odiava o cabelo escuro, sedoso e brilhante, que escorria tão facilmente entre seus dedos quando precisava se segurar em algo para conter o turbilhão de emoções que os beijos ridículos do mais velho causavam em si. Odiava sua patética voz grossa e calma, seus olhares atentos e carinhosos, seu sorriso de dentes pequenos e adoráveis. Jungkook odiava, acima de tudo, a forma como, naquele fim de tarde, Yoongi ergueu a cabeça de onde estava sentado no chão do seu antigo quarto, separando os pertences do guarda-roupa entre caixas intituladas "Para doação", "Reciclagem" e "Para Seul", e chamou:

— Vida? — O atleta, sentado na cama dividindo em pilhas os mangás do hyung entre aqueles que ele disse que queria manter e os que seriam doados, respondeu-o com um "Hum?" para demonstrar que estava escutando, o que fez Yoongi continuar: — Você pode ir buscar mais caixas com meu pai? Acho que ele tá lá no depósito.

Jungkook o odiava.

— Aaah não, hyung! Vai você! — protestou, erguendo a cabeça para encarar o namorado. — Eu não quero ficar sozinho com seu pai!

— Meu pai não morde, Jungkookie. Vocês conversaram o almoço inteirinho!

— É, mas você estava comigo.

— Amor, é só pra pedir mais caixas. — Yoongi disse, naquela estúpida voz manhosa que ele usava sem nem perceber, piscando os ridículos olhos amendoados para o namorado, daquele jeito que fazia o coração do jogador correr três maratonas seguidas. — Por favorzinho.

O Jeon revirou os olhos, bufou e levantou.

— Eu te odeio tanto — resmungou, contrariado, batendo o pé para fora do quarto.

Fazia um pouco mais de uma hora que tinham começado o serviço de empacotar os pertences dos Min. Depois da lavagem de louça, Jungkook e Yoongi tinham tido uma folga de uma horinha, trocando histórias de infância do músico, beijos e risadas abafadas, até Hyerin irromper para o interior do quarto com uma expressão nada satisfeita no rostinho marcado pela almofada do sofá, onde tirava uma soneca com Taeshin, segurando o celular do atleta contra a orelha. O aparelho, esquecido no outro cômodo da casa, não parava de tocar e aparentemente seu pai estava ocupado demais com seu oppa para vir atendê-lo. Tudo o que ela queria era dormir um pouquinho, oras! Estava cansada por ter acordado muito cedo, passado horas dentro de um carro e brincado muito com seu dongsaeng, mas o papai era chato, não entendia isso e não vinha atender o celular.

— O papai tá aqui — ela disse, emburrada, marchando até a cama, onde os dois adultos estavam, e estendendo o objeto para o outro Jeon. — É a vovó. Ela ligou um montão e tá com raiva porque você não atendeu.

Ela não é a única, ficou implícito no tom de voz da menina quando Jungkook pegou o celular para falar com a mãe. Enquanto levava a bronca aguardada por ter perdido as outras chamadas — Ya, você tem celular pra quê? Você sabe que eu odeio não conseguir me comunicar contigo quando preciso, Jeon Jungkook. Até minha neta de seis anos é mais acessível que o pai! Estava ocupado com o quê que demorou tanto para atender? —, Yoongi levou a pequena Jeon para fazer um lanchinho, almejando uma melhora de humor na menina por ter tido sua soneca interrompida. Quando o mais velho voltou, contando que os filhos estavam lanchando com um recém-acordado Kiyoung, Jungkook estava largado na cama com um olhar de cachorrinho sem dono.