Segundo tempo

Capítulo 36

[AVISO]

A última parte do capítulo é conteúdo +18. Para quem não gosta de ler, é só parar na primeira palavra marcada em negrito. O final da cena +18 também está marcado em negrito.

Escutem a música da mídia para ler o capítulo!!!

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— Yoongi-ah, posso falar com você?

Baseado em sua longa experiência de anos, Min Yoongi tinha certeza absoluta que nada de bom poderia vir daquela sentença, principalmente quando ela saía da boca de Seokjin. O mais velho estava parado próximo a porta, depois de Jungkook ter o deixado entrar no quarto, e encarava seu dongsaeng com aquele olhar ansioso que dizia claramente que ele estava aprontando alguma coisa.

Tinham voltado do passeio há quase duas horas e todos tinham se dividido, cada um indo para seus quartos com o intuito de se arrumarem para o jantar. Jungkook tinha dado banho nas crianças porque Hyerin tinha vergonha de ser banhada por Yoongi e Taeshin estava grudado no atleta desde a tarde, quando Jungkook foi em todos os brinquedos com ele, e isso não deixava o músico nenhum pouco ciumento, longe disso. Seu coração se enchia de carinho e admiração pelo apego de Taeshin ao namorado, mas, poxa, só queria um pouquinho da atenção dos dois, sabe? Não era pedir demais.

Estava terminando de se vestir, enquanto Jungkook auxiliava Taeshin a pentear o cabelo de Hyerin (porque o mini Min queria muito deixar a noona bonita), quando a batida de Seokjin na porta tomou o cômodo. O mais novo da dupla permitiu a entrada do Kim e esse encontrou seu alvo saindo do banheiro com um olhar desconfiado. Porque, claro, Yoongi sabia que, em noventa por cento das vezes, o amigo vinha com segundas intenções e sempre era algo que o colocaria em maus lençóis.

— O que é? — perguntou desconfiado.

— Vem cá. — Seokjin o chamou com um aceno de mão para o exterior do quarto e Yoongi trocou um olhar suspeito com o namorado, que apenas deu de ombros, antes de seguir seu hyung.

Pararam no meio do corredor e, quando o músico estava prestes a perguntar do que se tratava o assunto, foi surpreendido com Seokjin virando-se dramaticamente e empurrando um pedaço de papel em suas mãos, os olhos brilhavam de animação.

— Tcharãããm.

Yoongi observou a nota confuso, procurando um significado no gesto. Seokjin continuava encarando-o saltitante no lugar como uma criança ansiosa na fila da loja de brinquedos. Percebendo que o amigo não faria o menor esforço para explicar-lhe sobre o que se tratava o papel, Yoongi bufou e o leu, estranhando ao reparar que era uma reserva de restaurante.

— Ok, eu preciso de um contexto. — Ergueu os olhos para o outro, demonstrando sua impaciência.

— Você precisa me agradecer, isso sim. — Seokjin retrucou indignado. Yoongi franziu as sobrancelhas, ainda mais perdido. — Ya, deixa de ser lerdo! É uma reserva de restaurante para você e o Jungkook, hoje à noite. Foi o Namjoon quem fez, mas a ideia obviamente foi minha. De nada.

O olhar do músico foi da reserva para o seu hyung algumas vezes, sem saber o que dizer. Não era costume dos dois fazerem coisas especiais um para outro, pelo ou menos não explicitamente. Levando em conta que Seokjin já fazia mais do que suficiente por si, ajudando-o a criar Taeshin e abrindo mão de tantas coisas na sua vida só por essa causa, Yoongi não se sentia no direito de esperar algo do seu hyung. Ele já tinha o bastante, sempre teria o bastante. Às vezes, se pegava imaginando como poderia retribuir tudo o que o Kim fazia por si, sabendo que era um débito muito alto para quitar, e tentava recompensá-lo nas pequenas coisas do dia a dia: ia buscá-lo no trabalho, abria mão de descansos para ficar com Taeshin e o mais velho poder sair com o namorado, nunca esquecia de comprar seus doces favoritos — já eram itens obrigatórios na lista do supermercado — e costumava checar o mais velho antes de dormir porque Seokjin tinha mania de ler na cama e sempre caía no sono ainda com os óculos de leitura e o abajur aceso. Yoongi o ajeitava gentilmente e, no dia posterior, negava sobre ter entrado no quarto quando era questionado.