A Viagem

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Sona mexia na panela de sopa com uma colher de pau sentindo uma leve tristeza

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Sona mexia na panela de sopa com uma colher de pau sentindo uma leve tristeza. Nami estava cortando os legumes e observou a postura da amiga, mas não quis lhe incomodar então apenas voltou-se para seus afazeres. Aquele dia Sona estava se sentindo mal, e não fisicamente pois ela já havia se adaptado ao balanço do mar e seus enjoos já haviam acabado. Ela apenas estava desanimada, parecia que havia se acostumado à adrenalina que era estar tão próxima do perigo que circundava os noxianos, e ali naquele navio, navegando pelo mar infinito, pelo que parecia, ela não sentia nada além de tédio.

Durante as noites a fio Sona acordava de sonhos onde ela e Draven faziam muito mais que apenas trocar beijos, e era preciso lavar o rosto para apagar as imagens indecentes da memória. Quando estavam saindo do porto, Sona lembra de ter visto Draven no cais observando o navio sair. Ela quis lhe mandar um tchauzinho ou fazer algum gesto, mas apenas manteve o olhar no dele até se perderem de vista. A emoção que ele despertara nela agora parecia um sonho distante.

Sona suspirou.

"Já está cansada?" Indagou a cozinheira ao lado de Sona. A mulher mais velha respondia pela cozinha, e era bem rabugenta. Mandava Sona e Nami fazer todo o trabalho árduo e levava os créditos pelas delícias que produziam para os marinheiros. A única contentação das amigas era saber que à noite elas se reuniriam com Rasmos e Léon, e jogariam xadrez, dominó ou cartas enquanto bebiam um pouco de rum.

"Sona não parece estar muito bem hoje, senhora." Respondeu Nami numa voz submissa e doce, porém que Sona sabia ser deboche puro.

"Deve ser difícil mesmo ser uma criatura mágica e ter que trabalhar como um humano normal, né?" Retrucou a velha pegando um saco pesado de batatas e jogando num barril aberto. Sona observou o grande esforço da velha e admirou a sua força física. Para alguém daquela idade, essa senhora era realmente muito condicionada fisicamente àquelas tarefas.

"Na verdade é bem simples." Comentou Nami em seu tom abusado habitual apenas para causar em Sona a sensação de nervosismo. E surtiu efeito, pois Sona sentou-se rindo e nervosa assim que olhou para Nami, e foi como despertar de um sonho. "Se eu quisesse, uma batidinha com meu cajado e as pessoas seriam saciadas. Não precisaríamos estar aqui cortando do esses legumes."

A velha olhou para Nami com uma expressão mais rabugenta ainda e virou-se de costas resmungando algo impossível de entender. Nami deu uma risadinha escondida e voltou a cortar seus legumes. Sona deu mais um giro com a colher de pau e percebeu que a sopa estava pronta. Enquanto apagava o fogo, o navio deu uma remexida diferente do habitual e Sona correu para segurar a panela.

"Por que paramos?" Indagou Nami observando a escada que levava para o convés. Acima da cabeça delas os passos dos marinheiros pareciam agitados, assim como as vozes ordenando estavam mais altas e agressivas que o normal.

"Isso não é coisa boa... " Comentou a cozinheira perdendo sua rabugice e assumindo uma expressão preocupada. Nami e Sona se entreolharam sem entender e encararam a velha. Ela bufou de impaciência e secou as mãos no avental. "Estamos entrando no Mar do Guardião. Isso significa que estamos perto de Águas de Sentina e o lugar é conhecido por criaturas marítimas que afundam navios... Como se já não bastassem os piratas, ainda temos que lidar com isso..."

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