Águas de Sentina

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Entrar em Águas de Sentina não seria uma tarefa fácil, e Nami sabia o risco que corria enquanto criatura do mar

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Entrar em Águas de Sentina não seria uma tarefa fácil, e Nami sabia o risco que corria enquanto criatura do mar. Todos naquela cidade eram fascinados por caçar o que quer que estivesse embaixo d'água, então, após passarem pelas trompas que emitem sons a fim de ocultar a localização da cidade, as duas decidiram nadar até o cais de porto. O capitão também apreciou a ideia, e garantiu sigilo a respeito da natureza de Nami.

Após subirem a rampa de madeira do cais, Nami transformada em humana novamente, Sona e o capitão sentaram-se exaustos no chão. Nami tinha os olhos fixados no oceano à sua frente e Sona olhava para a cidade que se erguia sobre as rochas formando becos e precipícios tenebrosos. Águas de Sentina tinha um cheiro muito ruim, era como se o vento não batesse por aquele lugar e algo sempre estivesse apodrecendo. Sona levantou-se do chão e percebeu que havia sujado seu vestido com a crosta que havia sobre a rampa. Ela limpou as mãos na água e percebeu que a rampa estava suja de sangue seco, provavelmente de algum animal marinho capturado, e isso lhe deu uma ânsia tão forte que ela teve que vomitar no mar.

"Não esperava outra reação..." Comentou o capitão com um leve sorriso se levantando também e batendo as mãos sujas na própria calça. "Vocês verão muito mais do que isso por aqui, é bom irem se acostumando."

Sona limpou a boca com desgosto sentindo pela primeira vez arrependimento de ter saído de Bel'Zhum. Nami se levantou, e bateu seu cajado no chão falando numa voz forçadamente animada: "Pelo menos nós estamos vivos!"

"Há formas de viver que seria melhor estar morto..." Comentou o capitão com um pesar em sua voz.

"Temos que ser estratégicos, precisamos de comida e um lugar para ficar." Disse Nami olhando para a rua que se encaminhava para o centro da cidade.

"Para isso precisamos de ouro, e o nosso afundou com o navio." Retrucou o capitão desanimado.

"Quem tem um instrumento musical consigo nunca passa fome, não é Sona?" Brincou Nami piscando o olho para Sona.

Sona assentiu com a cabeça mas não sorriu.

O grupo caminhou por uma estrada cercada por rochas que pingavam e deixavam o caminho enlameado e úmido, e após passarem por uma fenda se deparam com o interior da cidade. Um trânsito muito grande de pessoas causavam eco pelas paredes a ponto de Sona achar que a cidade existia dentro de uma caverna, porém o céu nublado se erguia imponente sobre elas. Na verdade, a cidade erguia-se sobre encostas rochosas e úmidas em suas construções verticais e seus beirais mortais. Sona pôde ver alguém ser arremessado ao mar, e se assustou, porém o capitão continuou com um sorriso no rosto. "Essa é minha cidade..."

Diante do caos, as duas se meteram na multidão que andava de lá para cá, e se perderam do capitão. Ficaram horas caminhando e nenhum sinal dele. Quando a fome começou a doer-lhe o estômago, Sona sentada num caixote sacou seu Etwahl e se pôs a tocar. Nami ao seu lado começou a contar histórias usando a música de Sona como trilha sonora, e as pessoas vinham se aproximando, entregando para Nami moedas de ouro enquanto eram hipnotizadas pelos sons das cordas de Sona. Ao fim da apresentação, as duas se encaminharam para uma taverna e alugaram um quarto.

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