Que Aatrox era impiedoso, isso ela já sabia. Se fossem em tempos passados ela jamais imaginaria o ver no estado atual, mas não haveria como vencer o vazio sem que isso lhe afetasse o espírito. De fato, parte do poder de Ichos ainda estava aprisionado em sua arma, ainda que seu espírito já estivesse sob controle de Sona. Na verdade, Sona sentia-se a mesma pessoa, ela era Ichos e era Sona também, com uma história de vida milenar e uma existência eterna. Ao observar Aatrox torturar um dos marinheiros, ela bebia com prazer uma dose de rum, e ao passo que o líquido descia rasgando e queimando, era a maneira como o homem gritava desesperado. Ele havia se rebelado, e agora estava servindo de exemplo para os outros, para que cumprissem as regras do novo capitão do navio: Aatrox.
Basicamente, eles haviam sequestrado uma embarcação, assassinado o capitão e tomado o controle do navio à força, obrigando os marinheiros a trabalharem para eles, seguindo rumo a Shurima. Muitos marinheiros foram mortos desde então, e esse era apenas mais um. Qualquer um que ousasse se rebelar contra eles, era torturado até morrer por Aatrox que exibia uma expressão de prazer inigualável. A mesma expressão estava no rosto de Sona. Kayn observava tudo com tédio, para ele, a furtividade e a morte silenciosa era mais instigantes, porém alí no meio do oceano, não havia nada a fazer além de navegar e assistir de vez em quando alguém sendo morto por falar demais.
Sona viu que ele passava as páginas de seu livro com preguiça, e se aproximou dele oferecendo a caneca com rum. Ele olhou para o líquido, e assim que reconheceu, virou o copo bebendo num gole só a bebida. Na hora ele fez uma expressão de dor, e após a ardência passar, ela pode ver o sorriso se formando nos lábios finos dele. Kayn estava sentado sobre um barril, e Sona estava de pé ao seu lado. Atrás deles estava a cabine do capitão, e no convés, Aatrox torturava um marinheiro no meio do navio. Kayn entregou a caneca de volta para Sona, e desceu do barril onde estava. Ele se encaminhou para a cabine do capitão, e Sona o acompanhou após decidir que já vira demais.
Kayn sentou-se na cadeira escultural do capitão e colocou os pés sobre a mesa enquanto reabria seu livro. Sona se aproximou cruzando os braços e sentando na ponta da mesa. Ele a olhou com curiosidade.
"Por que você me acompanhou até aqui? Achei que gostasse da carnificina de Aatrox."
Sona sorriu, balançou a cabeça positivamente, e depois deu de ombros. Ela gostava realmente, porém ela estava tão entediada quanto Kayn.
"Ainda vai levar alguns dias até chegarmos a Shurima. Algum porto em especial que você gostaria de atracar?" Indaga Kayn indicando o mapa com um movimento da cabeça e reabrindo o livro que ele tinha em mãos.
Sona sai da mesa e se vira para o mapa esticado. Ela relembra de Bel'Zhum, dominada por Noxianos e uma ideia surge em sua mente. Sona aponta para a cidade portuária e olha para Kayn com ansiedade. Ele abaixa o livro para espiar o que ela indicava e uma ruga em sua testa surge.
"Essa cidade é a mais distante do lugar que a gente quer ir... Por que ela?"
Sona sorri maliciosa e ansiosamente. Ela aponta Noxus no mapa e da duas batidinhas com as pontas do dedo de volta em Bel'Zhum. Kayn ergue a sobrancelha em compreensão. Ela queria começar confrontando territórios Noxianos, agora que eles iriam retornar, era a vez de mostrar ao mundo os verdadeiros herdeiros do poder.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Os Acordes do Amor
FanfictionHistória de um amor impossível de acontecer entre dois darkins no universo de Runeterra do jogo League of Legends. Fanfic feita pela Streamer Mono Sona chamada: Sona Fofoqueira.