Meu trauma ou seu trauma?

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Elizabeth dormia enquanto o demônio assistia. Para quem visse a cena era assustadora, como se fosse um assassino observando a vítima descansar, pronto para assusta-la e mata-la. Mas na realidade, o demônio estava confuso.

"Vocês estão vivos!"

O que ela quis dizer com aquela frase? Ela ficou feliz de rever Meliodas? Ou se preocupara com ele também?

Em uma situação "normal", ele não teria essa dúvida. Os sentimentos de Meliodas influenciavam seus pensamentos, o tornando um pouco mais humano.

Seu plano poderia falhar apenas por esses sentimentos, até porquê o demônio não os conhecia.

Afastando a ideia da cabeça, ele deitou-se ao lado da mulher, colando sua mão em cima de sua barriga.

"Prometo cuidar de você." -Sussurrou como se estivesse falando com o bebê.

AUTORA

Apesar da saudade, Meliodas estava distante de Elizabeth, tinha receio de que aquilo se repetisse e então privou-se de sequer toca-la sem permissão. Isso incomodava profundamente a garota, nunca quis que o loiro se sentisse assim, estava com saudades dele a abraçando ou a beijando de repente.

-Meliodas, podemos conversar?

O loiro voltou sua atenção para a albina, ela estava sentada na cama.

O lugar não era grande, sendo composto apenas pela sala, que dava acesso à saída e também ao corredor. A casa era praticamente vazia, não tinha TV ou mesa, sendo mobilhada apenas na cozinha e no banheiro, além da cama que tinha no quarto.

Meliodas sentou-se na beirada do colchão, tratando de manter-se longe.

-Claro, sobre o que você quer falar?

-Quero saber o que está acontecendo com você! Fazem dias que não nos vemos e você se recusa a chegar perto de mim. Você disse que ele estava quieto agora.

-Eu não sei como explicar, eu consigo ouvir todos os seus pensamentos e até mesmo sentir seus sentimentos, mas existem momentos em que eu não sinto isso, é como se ele estivesse desacordado, porém eu não tenho uma confirmação sobre isso. -Ele fez uma pausa para encarar o chão. -Eu não quero fazer nada sem o seu consentimento depois do seu trau/-

  -Meu trauma ou seu trauma?! Olhe para mim, Meliodas!! Eu serei bem sincera com você. Depois daquela noite eu pensei que isso nunca passaria e não existiria nada pior ou algo que me fizesse esquecer. Mas na casa da Gelda eu notei que o que mais me preocupava era o fato de não saber se você estava bem! Quando o Howzer trouxe seu irmão e disse... -Ela não pode continuar, a vontade de chorar impediu que qualquer outra palavra pudesse sair de sua boca, como se estivesse entalada na garganta.

A mulher não pode se segurar por muito tempo, suas lágrimas começaram a cair e seu soluço era audível. 

-Ele te disse que eu estava morto. -Meliodas disse, soando mais como uma afirmação do que uma pergunta. Elizabeth confirmou com a cabeça. -Sinto muito, eu não consigo deixar de pensar no que eu fiz pra' você..., por enquanto, não posso mais fazer nada sem que você me peça.

A albina enxugou as lágrimas, puxou o loiro pelo braço para que ele chegasse mais perto de si.

-Então me beija! Eu estou pedindo.

(...)

King mantinha as costas longe da água enquanto Diane o ajudava a se banhar, a banheira facilitava a situação, assim era mais fácil manter o gesso seco.

Dupla personalidade -hiatusOnde histórias criam vida. Descubra agora