Olhos de prata × Tom Riddle💚

Como tudo começou

Ano de 1938...

Esse é o primeiro ano que leciono na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, esse será o primeiro de vários. Desde que eu era pequena, carreguei o peso de um ser imortal. A partir de meus 17 anos não poderia mais envelhecer, sou condenada a ver todos que amo morrer. Passei anos vagando por Londres desde que minha família morreu, vivia bebendo e tentando acabar com a minha vida mas como uma fênix. Eu sempre ressurgia das cinzas mais forte.

Eu estudei em casa durante minha infância, aprendi a usar as mãos para fazer feitiços e a dançar com as estrelas. Não literalmente, eu adoro as estrelas. Sempre tive um encanto por elas, todas as noites eu olho paro o céu somente para admirá-las. Estou fazendo isso nesse exato momento no pátio de Hogwarts até que escuto uma voz.

- Está pronta senhorita Mallory? - fala Dumbledore vindo em minha direção.

- Sim - falo nenhum pouco confiante.

- Não se preocupe, querida. Vai gostar daqui - fala tio Dumble.

- Espero que esteja certo, posso te chamar de tio Dumble? Você me lembra um familiar meu - falo um pouco envergonhada.

- Mas é claro! - fala satisfeito - Vamos? O diretor Dippet já vai anunciá-la.

Dito isso nós caminhamos até a porta do salão e quando escuto meu nome as portas se abrem e eu vou em direção a mesa dos professores com os aplausos dos alunos, a maioria do último ano. Acho que eles devem me achar um pouco nova demais para lecionar. Ah, se eles soubessem.

Depois de toda comemoração fui até meus aposentos e coloquei minhas vestes de dormir. Como eu não estava com sono, eu fiquei lendo um livro até que escuto batidas na minha porta e visto meu roupão para abrir a porta e encontrar o professor Dumbledore e mais dois garotinhos, um loiro de olhos castanhos e um com cabelos negros e olhos verdes chamativos.

- Tio Dumble? O que houve? - falo confusa.

- Esses dois garotos estavam andando pelo castelo, o senhor Davies veio a meu encontro para impedir que o senhor Riddle pregasse uma peça na senhorita, já o senhor Riddle disse que estava vindo para o seu quarto pois a mesma havia o chamado, gostaria de saber o que realmente aconteceu - fala parecendo estar se divertindo com a situação.

Era só o que me faltava! Mas eu lembro desses garotos, pareciam estar discutindo na mesa da sonserina. O pequeno Riddle não me parece ser o tipo de menino que faria uma coisa dessas e pela rivalidade dos dois, talvez essa história esteja errada.

Riddle parecida estar decepcionado consigo mesmo, acho que merece uma nova chance. Enquanto o Davies parece estar com um sorriso vitorioso no rosto.

- Oh, sim! Eu tinha chamado o senhor Riddle para vir ao meu quarto mas acho que ele confundiu o horário. Temos que colocar a conversa em dia, conheci o pai dele, se não me falha a memória - falo sorrindo e Dumbledore parece não acreditar mas assenti.

- Então, devemos voltar a conversar na minha sala, senhor Davies - fala tio Dumble levando o garoto que agora tem uma feição apavorada no rosto.

Se fosse em outro momento estaria rindo do garoto, mas me limito a dar um pequeno sorriso. Estou curiosa demais para saber o que aconteceu com o garoto para ele parar aqui.

- Obrigada por me ajudar, senhorita Mallory, mas creio que não será mais necessário - fala tentando ir embora mas o seguro pelo ombro.

- Nem pense, vamos entrar para tomar um chocolate quente e você vai me contar o que aconteceu essa noite - falo e ele apenas concorda entrando em meu quarto depois de pedir licença.

Entro também e fecho a porta, vou até  a cozinha que fica ao lado e o chamo para sentar na mesa nos servido com chocolate quente. Posso ver seus olhos brilharem e ele parece conter um sorriso.

- Pode tomar quanto quiser, sempre faço chocolate quente a noite. As vezes acordo de madrugada para um lanche - falo sorrindo e ele parece beber o chocolate como água e eu não seguro o riso.

- Do que está rindo? - fala limpando o rosto que estava sujo de chocolate e eu lhe sirvo mais e me levanto para pegar biscoitos de nozes frescas.

- Você come como se nunca tivesse visto chocolate, biscoitos? - pergunto e ele aceita.

- No orfanato, nós não tínhamos o privilégio de poder comer chocolate todos os dias. Somente nos feriados e na maioria das vezes não era o suficiente para todos, não é como se você entendesse isso, você tem seus pais - fala de um modo frio olhando para os biscoitos.

- Na verdade, eu não tenho meus pais a um bom tempo. Tive que aprender a viver sozinha muito cedo - falo um pouco distante, ele percebe e dá um sorriso singelo - Você ainda não me disse o que aconteceu para você chegar aqui.

- Foi uma armadilha, quando Davies soube que eu era mestiço resolveu tirar sarro de mim. Não deixei barato e revidei, foi quando escutei eles dizendo que iam dar uma volta para fazer uma pegadinha com você. Eu... Não queria que eles tirassem pontos da sonserina - fala desviando os olhos dos meus, parecia envergonhado com algo.

- Entendo, eles viram que você estava seguindo eles e decidiram falar a Dumbledore - falo compreendendo a situação.

- Sim. Você acabou os estudos ano passado? - fala curioso.

- Oh, eu não estudei em Hogwarts. Estudava em Castelobruxo, uma escola de Brasil - falo lembrando de minha escola - Lá tem as melhores aulas de astronomia e herbologia. Sempre adorei astronomia!

- Por isso que se tornou professora - fala sorrindo para mim, acho que ele está se sentindo mais confortável com a minha presença.

- Tio Dumble que me chamou para lecionar, nós somos amigos. Ele me ajudou a levantar quando meu mundo caiu - falo sorrindo meio triste e ele parece me entender - Está animado para as aulas amanhã? A propósito, pode vir aqui quando quiser para a gente conversar. Quem sabe eu não te ajudo com as matérias e te dou aulas extras.

- Seria incrível! - fala animado - Serei o melhor aluno de Hogwarts!

- Não duvido, senhor Riddle - falo sorrindo com sua animação contagiante.

- Pode me chamar de Tom.

- Então me chame de Adhara, fora das aulas, é claro.

- Você será a melhor professora do mundo e eu serei o melhor aluno de todos - fala convencido - Aos órfãos! - fala erguendo a xícara para um brinde.

Deveria ser apenas um chocolate quente, mas desencadeou uma série de problemas.
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