Sangria, capítulo 4;

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NOTAS:

Olá! Eu demorei de novo, sim kkk, cadê a novidade? vou chorar :(, mas sabe, acho que finalmente voltei a ser produtiva! Então, talvez, eu consiga atualizar mais rapidamente :) É uma vitória! O capítulo de hoje é menorzinho, mas muito importante. E esse começo e provavelmente mais pra frente um pouco, eu pretendo cuidar bem, por isso tá lento assim, mas prometo que nem sempre vai ser dessa forma. Apesar de tudo isso, espero que gostem <3 O capítulo foi betado pela flavinha, meu amorzinho, ela é tudinho pra mim, não aguento maisss, juro, sem ela, carnificina não teria voltado. Não existe ser humano que entenda mais as doideiras que eu escrevo do que ela <3 Também queria agradecer o meu bebê, a ju, que é meu coração inteirinho, te amo demais meu amor, obrigada por me ajudar tanto <3 É ISTO, BOA LEITURA!  

obs: a citação abaixo é de HXH <3

Foi o começo de uma noite escura, feroz e ensopada de sangue e, ainda assim, esmagadoramente melancólica.

Depois que a escuridão o acometeu, Jimin somente abriu os olhos após horas a fio de inconsciência. Sua primeira reação, ainda que banhada em uma anestesia perigosa, sem qualquer sentido, mesmo que mínimo, foi puxar a respiração com toda força restante no corpo. Seus pulmões queimaram com a sensação do oxigênio entrando. A dor se tornou lancinante em segundos, completamente insuportável e com um gosto profundo de sangue. Mas não era isso. Não isso. O problema não era respirar. A dor que o acompanhava vinha de outro lugar; quente, muito quente, em sua barriga, no estômago, como se estivesse sugando tudo para um único ponto.

As vozes de fundo o tiraram da surdez, embora parte de sua visão continuasse presa a uma imagem de abismo — a simples representação de vida, soando aguda e longe dos ouvidos, foi o bastante para ligar um de seus sentidos novamente. O que notou de imediato, fora a grande frieza de sua pele, foi o beep constante e padronizado de máquinas de hospital. Aquele som singelo e aterrorizante era de seu próprio coração, parando aos poucos de bater.

Ele notou, então, que estava morrendo.

Três horas antes.

A parte oeste de York Shin era a favorita de Yoongi desde que ele podia se lembrar. Sua primeira vez andando pelas ruínas do que um dia foram prédios e casas ainda permanecia fresca e vívida, seja no contato áspero do chão contra seus sapatos caros, ou até mesmo na maneira doente que seus ossos ainda se lembravam da dor aguda de uma fuga malsucedida, de corpos sujos de sangue, gasolina e, segundos depois, de muito fogo.

Aquela sensação atípica na boca de seu estômago, provocando excitação e aspereza, não era desagradável num todo, mas também se parecia com mágoa, e Yoongi tinha sido ensinado a abandonar o passado sem sequer olhar para trás uma única vez. Era desse jeito que garotos como ele, abandonados pelo mundo, conseguiam sobreviver em uma cidade como York Shin. De lixo, ele havia se tornado útil; e se para isso teve que dilacerar o que poderia ter se tornado um dia, pouco importava realmente. Pouco importava.

No entanto, ele continuava guardando tudo dentro do peito.

O vento cheirava a frescor e, passando pelo asfalto sujo, subia fedendo a poeira, mas era bom. Yoongi se sentia seguro no escuro, tomado pelas sombras, longe de olhos e respirações fundas. Portanto, embora a lua se fizesse quase preta no céu noturno, a pouca luz que ela refletia de outros pontos não chegava a mudar o ambiente sombrio ao seu redor. Se os planos fossem o que geralmente costumavam ser, ele voltaria para pegar Jimin antes dos 20 minutos marcados. Não obstante, a estrada até a mansão, banhada em um silêncio quase surdo, abrindo apenas exceção para o farfalhar suave e doce dos pinheiros, trataria de fazer Jimin relaxar os músculos do corpo; primeiro os ombros, despencando em serenidade no banco do carro, tudo porque apenas Yoongi sabia de seu medo velado da morte, e depois o rosto — sim, o suspiro de lábios entreabertos de quem finalmente se concederia uma noite decente de sono.

Carnificina | jikook.Onde histórias criam vida. Descubra agora