Eu não tenho o que dizer... Acho que pedir desculpas seria esperar que alguém ainda estaria aqui para ler e eu sei que não é o caso. De toda forma, temos um capítulo novo o/, yey! O 7 já começou a ser escrito e eu tenho o plano de focar nele e postar o mais rápido que puder. É isso kkk, boa leitura <3
O medo, naquele milésimo de instante, se tornou colérico.
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— São 22h do dia 28 de março, domingo.
Jin prestou atenção nos dedos longos e descascados nas pontas, perto das unhas, pressionando o botão laranja do gravador de voz moderno. Ela cheirava a sabão fresco e provavelmente alguma colônia feminina comum de farmácia. Era fácil de notar quando as únicas revistas dispostas na sala de espera, entre as caixas de concreto à prova de som e a entrada das celas de emergência, falavam sobre desodorante e vinham com cartelas de cheiro experimentais. Por outro lado, de fundo, o som chiado que saiu do aparelho chegou rápido aos ouvidos apurados dela, cheio de intenções claras, afinal de contas, aquele era um interrogatório formal exclusivo e muito esperado pela polícia de York Shin e região.
Um sorriso esperto e um pouco ingrato pinicou para fora, mas se perdeu no caminho, segurado por uma falsa lealdade que ainda era bastante emergente. Foda-se.
O silêncio o incomodava praticamente no mesmo tanto que a angústia de ser um fumante e ter as mãos vazias.
— Eu posso tomar um copo de café? — Jin arriscou pedir, batendo os pés. O sangue dos cortes de sua boca amargurou até mesmo seus pensamentos mais infantis, e um pouco de cafeína com açúcar barato viria a calhar contra o peso incômodo que se alastrava debaixo da língua. A cadeira também era dura e feita justamente para causar desconforto e agonia, no entanto, ela parecia melhor que o chão sujo e empoeirado da cadeia e definitivamente mais suave do que um tiro de sal no estômago. Jin se curvou, recostando a palma gelada da mão ao longo da barriga, tentando fugir da recente memória agridoce de quase morte. O incidente ainda era fresco, infelizmente, e talvez por isso que, a poucos centímetros de distância, ele encarasse olhos tão sedentos por justiça.
— Presentes na sala estão a agente Ming e o detento Kim Seokjin.
A resposta veio assim, sem se fazer presente, dotada de um não nunca dito, porém explicitado em seu gesto de anotação e leve balançar de cabelo. Jin suspirou e fechou os olhos, contente ao menos de poder passar um tempo com uma mulher bonita e cheirosa.
— Tudo bem, sem café.
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Atualmente.
Duas horas antes.
A água quente era suave como chuva, e a chuva, em mínimos segundos, diminuíra para uma gotejar espaçoso.
Logo, garoava.
Jimin sentia-se tonto, apoiando a mão no registro cor de chumbo do banheiro. O hospital cheirava a remédio e a naftalina vencida, e Jimin odiava acordar no meio da noite com o nariz ardendo. Odiava mais ainda achar que iria morrer toda vez que fechasse os olhos. Os segundos se arrastavam. Nesse momento, enquanto o vapor fazia carinho em seus pontos doloridos, ele se esforçava para se manter focado nas fissuras do gesso; elas eram um pouco rachadas e feias, moendo o piso e o começo da parede. O rejunte estava tão mal colocado, fugindo da linha, flutuando em buracos onde facilmente o mofo penetraria.
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Carnificina | jikook.
Fiksi Penggemar| EM ANDAMENTO | máfia!au | +18 | Park Jimin é o herdeiro do maior conglomerado de York Shin e, com seus 20 anos, ele finalmente entraria de vez nos negócios da família. No entanto, seu império de sangue está prestes a desabar nas mãos de um ex-pres...