Funcionou.
Consegui enviar uma mensagem para Henry com a bateria que restava. Agora só faltava esperar por ele mais um pouco.
Levei minha mala comigo e sentei em uma cadeira no desembarque, fiquei pensando o que havia acontecido com Louise por um tempo, havia sido um encontro muito estranho. Peguei a foto dela e anotei o número nos meus contatos, então a bateria acabou.
Fechei os olhos e respirei fundo por alguns segundos e os abri.
Foi quando vi Henry.
– Oi - ele disse com um sorriso de canto de boca
Fiquei sem palavras por um momento, abri minha boca para falar algo que não saiu. Comecei a chorar e corri em direção a ele, ele abriu os braços.
Nos abraçamos por o que pareceu alguns minutos na minha cabeça, mas certamente foi menos.
– Senti sua falta, sabe? - ele riu e fez carinho no meu cabelo - agora já pode me largar - ele riu.
– Seu idiota - eu respondi soluçando - eu também senti sua falta - e agarrei ele mais forte.
– Ok, ok, eu tenho uma mala para carregar e um presente para te dar.
– Presente?
– É, eu comprei uma coisinha pra você na vinda, imaginei que você ia estar com fome. Vamos pro carro.
Entramos no carro e ele me entregou um pacote de papel pardo.
– É pain au chocolat - ele me explicou - os dessa padaria são praticamente um café da manhã inteiro. Prova.
Acho que ele realmente me conhece, aquele pão com chocolate estava incrível e eu logo sorri para ele.
Fomos passeando pela cidade e eu mal prestava atenção nos lugares e só queria conversar um pouco mais com ele. Ele me explicou algumas coisas sobre a cidade mas eu ainda estava chorando um pouco e mal conseguia observar os lugares que ele apontava.
– Ao menos finja que você está interessada no que eu digo, Anna - ele disse.
– Desculpa - eu respondi sorrindo com um pouco de chocolate nos lábios.
– Você deve estar cansada né?
– Ah sim, aconteceu uma coisa engraçada no avião e... - fui interrompida.
– É que eu queria te levar para uma festa hoje a noite e te apresentar aos meus amigos e amigas para você se familiarizas. Ah e não se preocupe com suas habilidades de francês, eles falam inglês mais do que bem, mas se você estiver cansada...
– Não! Quer dizer, eu topo, adoraria ir - eu sorri.
Conhecer novas pessoas aqui deve ser interessante, eu acho. Passamos por uma bela praça com uma fonte até que finalmente chegamos no prédio de Henry.
– Então, o elevador está quebrado, mas vai subindo e abre o 403 que eu já chego com a mala - ele me pediu.
– Claro.
Era um prédio amarelo, com alguns detalhes pretos, parecia ser bem antigo e os apartamentos pareciam de certa forma até serem bem espaçosos. Entrei por uma recepção sem ninguém, todo o visual daquele prédio era meio retrô, eu diria.
Subi alguns lances de escada até chegar ao quarto andar e abri a porta. Era um apartamento um tanto quanro charmoso, de cara eu entrei em uma pequena sala combinada com uma cozinha pequena e com algumas coisas que Henry comprou para cozinhar.
Me dirigi ao quarto do Henry e vi a cama dele e uma varanda, deixei a mochila na cama e fui até a varanda. A vista era encantadora, uma fonte antiga e uma praça onde algumas crianças brincavam e algumas pessoas passavam apressadas para seus trabalhos. Era um lugat charmoso no fim das contas.
– Gostou da vista? - Henry me pegou de surpresa.
– Sim - sorri um pouco e me virei para ele.
Ele me abraçou e observamos um pouco a vista.
– Eu senti sua falta - ele disse.
– É, eu também.
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Mentiras, desculpas e outras invenções
Teen FictionOs conceitos de Anna Hermann, que costumava ser o centro das atenções, mudam ao sair do país e encarar a nova realidade de sua vida na capital do amor. O que é amor? E o que é paixão? E ilusão? Família? Na França, Anna mergulha cada vez mais em um m...