Primeira noite em Paris: não foi como eu esperava, mas foi muito melhor.
As garotas da universidade do Henry são bem legais e... parecem gostar de mim, me fizeram lembrar do meu tempo na faculdade com a Iza. A questão meio que era essa, elas estavam me fazendo querer voltar para a universidade, mas eu já havia trancado minha faculdade de Letras há um bom tempo, não tinha como eu continuar essa matéria aqui na França. A não ser que...
6 de janeiro de 2012, Paris, festa do amigo de Henry.
– Hey Ludo! - eu gritei.
Já havia passado mais ou menos uma hora desde que eu havia sentado na varanda com as garotas e a festa não dava nenhum sinal de desânimo, inclusive haviam chegado mais pessoas, e mais pessoas com bebidas. Eu já estava meio bêbada, para dizer o mínimo, embora as garotas estivessem bem mais do que eu.
O Henry ia me apresentar algum amigo ou coisa do tipo, mas parece que ele se enrolou e não veio até agora.
– Você disse alguma coisa? - Ludo me respondeu - Fala um pouquinho mais alto, Anna.
Me aproximei do ouvido dela e disse:
– Então, vocês estão no segundo semestre da faculdade, né?
– É, porquê? - Ludo perguntou.
– Eu amaria estudar com vocês, acho que vou entrar pra faculdade.
– Isso é ótimo anna - ela sorriu - eu vou terminar um pouco antes de ti, mas ainda vamos passar a maior parte da faculdade juntas.
– É verdade - eu sorri levemente.
– O quê, Anna vai vir para a faculdade com a gente? - Sachiko ouviu a conversa e nos interrompeu imediatamente - Isso merece uma dança.
Ela me puxou para dentro do apartamento.
– Não me diga que não sabe dançar, Anna - Sachiko me puxou até onde a maioria das pessoas estava dançando e ouvindo a música.
– É claro que eu sei - eu disse um pouco insegura.
– Só... só sente a música comigo, ok?
– Ok - não me aguentei e ri muito do que ela tinha dito.
– É serio, sua idiota - ela disse em meio a risadas - me acompanha.
E nós dançamos por um bom tempo, e só ali percebi o quanto ela era bonita, sob as luzes intermitentes de natal, que a pintavam sob diferentes cores. Não é como se eu tivesse uma queda por ela ou coisa do tipo, era só uma admiração que eu tinha, como a que eu tenho por Izabela, ou até mesmo Louise, que eu tinha acabado de conhecer.
Enfim, Henry apareceu.
– Anna - ele olhou pra mim - você ta bem?
– É claro - eu sorri meio boba pra ele.
– Eu quero que você conheça meu grande amigo e grande imbecil, Pete.
Pete era alto, tinha um cabelo castanho e... eu não lembro de muita coisa naquele momento, e as luzes não ajudavam muito.
– Prazer te conhecer - eu disse.
– O prazer é todo meu - ele respondeu.
– Pois bem - disse Henry - amanhã tenho uns assuntos a tratar na minha universidade e por isso já vamos indo.
– O quê? Vocês acabaram de chegar! - Sachiko interviu - não é justo Henry, deixa a Anna ficar mais um pouco.
Eu estava tão surpresa quanto ela, mas eu estava um pouco cansada também, então acabei cedendo.
– Pelo menos me deixe anotar meu telefone para você me ligar depois - ela me disse com uma cara que lembrava o gato de botas.
– Ta bom, ta bom - entreguei meu celular a ela, que logo devolveu. - Te vejo por aí.
Nos abraçamos e eu segui meu caminho com o Henry.
Bem, essa noite terminou bem rápido.
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Mentiras, desculpas e outras invenções
Teen FictionOs conceitos de Anna Hermann, que costumava ser o centro das atenções, mudam ao sair do país e encarar a nova realidade de sua vida na capital do amor. O que é amor? E o que é paixão? E ilusão? Família? Na França, Anna mergulha cada vez mais em um m...