- Eu não quero levantar - eu resmunguei me agarrando a Henry, que me fitava um pouco nervoso.
Nós ficamos na cama um pouco mais que o esperado.
- Anna, temos uma festa pra ir, levanta - ele começou a me puxar para fora da cama.
- Eu não quero iiiirr - eu disse fazendo uma cara de coitada para ele.
- Eu já disse que nós iríamos, e além do mais vai ter comida. Você não vai negar comida, né?
- Ok, ok, você sabe me convencer.
Alguns minutos depois eu já estava puxando minha mala e algumas roupas, mas nada parecia se encaixar muito bem. Bem, o que Louisie vestiria? Ok, esse foi um pensamento estranho, mas pode funcionar.
Talvez essa saia vermelha, uma camiseta preta, uma blusa xadrez e... botas? Não, horrível. Eu que não tenho senso de estilo sei que isso não ia prestar. Melhor jogar seguro, vestido preto, um salto combinando e nada demais.
***
Estávamos a caminho do apartamento do amigo de Henry, onde a tal festa ocorreria. O clima estava agradável e fresco, mas não frio.
- Então, vai me dizer quem é esse cara? - perguntei a Henry.
- Ah, David? Eu conheci ele na faculdade aqui ano passado. Ele é tranquilo, não se preocupe. Acho que a Sachiko vai estar lá, ela vai te apresentar ás garotas e te explicar mais coisas, eu acho. Ela é legal. - Henry sorriu para mim.
- Sachiko?
- É, ela é japonesa, mas ela fala inglês. E francês também, é claro. Não que você ainda saiba francês, mas enfim.
- Sim, mas eu estou aprendendo, Henry. Aller merde.
- Ah, então você andou aprendendo só as palavras importantes, é? - ele deu o dedo para mim.
- Eu te odeio, sabia? - Eu disse brincando.
- Também te amo - ele respondeu entre risadas - Bem, aqui estamos - ele abriu a porta.
Eu desci do carro um pouco atônita, até que henry apontou para um prédio, mais especificamente um apartamento cuja varanda tinha cerca de 15 pessoas nela e muito mais pessoas lá dentro, haviam luzes de natal penduradas por todo o apartamento e dali já conseguíamos ouvir a música estourando.
- Henry amor, eu achei que ia ser uma festinha pequena, sabe? Como você disse que seria.
- Não é como se eu esperasse isso, mas... pelo menos você vai ficar bêbada e esquecer disso, e eu vou te levar de volta pra casa, dirigindo - ele disse com um pesar cômico na voz.
- Nesse caso, é melhor que sachiko-chan me carregue pelas escadas - eu brinquei.
- Veja só, já está quase íntima dela, vamos entrando.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Mentiras, desculpas e outras invenções
Teen FictionOs conceitos de Anna Hermann, que costumava ser o centro das atenções, mudam ao sair do país e encarar a nova realidade de sua vida na capital do amor. O que é amor? E o que é paixão? E ilusão? Família? Na França, Anna mergulha cada vez mais em um m...