O único em minha vida

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Em primeiro lugar, FELIZ ANO NOVO! 🍾🥂🎆

Em segundo, hora de nos despedir dos personagens de "A Implacável" (ou no mínimo um "até logo", porque alguns deles aparecem em outras histórias mais à frente) e chegar a um ponto bem familiar - especialmente se você leu "Segredos de Família"...

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Para celebrar o contrato e a união lucrativa entre a CDM/Calete e a Dreyfus Group, a construtora realizou uma festa de boas-vindas para o novo parceiro comercial, Christian Dreyfus, que se mudou para o Brasil de maneira definitiva, juntamente com a noiva, a vocalista da banda Day Riders, Rosa Williams; a filha dele (e sobrinha da cantora), Martine; além de vários funcionários que faziam parte do staff na residência do bilionário em Londres – Oxford Hall – e alguns executivos do conglomerado.

Christian não esteve sozinho nesse processo – Leonardo e Rebeca Cavalcante de Menezes intermediaram a escolha por uma residência na Bahia que fosse discreta e confortável o suficiente para que ele pudesse criar os filhos e viver tranquilamente ao lado da futura esposa, longe da perseguição dos tabloides. Os irmãos sugeriram justamente uma casa em Alphaville II, na região metropolitana de Salvador, vizinha à mansão dos Cavalcante de Menezes, a fim de facilitar a mudança e ter uma companhia conhecida na nova fase da vida.

A festa contou com a presença de executivos de ambas as empresas, bem como o núcleo familiar dos Cavalcante de Menezes. Christian Dreyfus chegou primeiro junto com a filha, a incansável Martine, que se apresentou a Rebeca saltitando; além de sua afilhada, Virgínia, uma menina tímida que só respondia aos adultos por "senhor" e "senhora".

- Se quiser, pode me chamar por "tia Rebeca", também! – sorriu a executiva, bastante simpática.

Enquanto as crianças corriam na direção do parquinho infantil, seguindo os passos de Ricardo e Cecília, Rebeca virou-se para Christian e perguntou, curiosa:

- Não sabia que já tinha afilhados no Brasil, Dreyfus...

- Sim, Virginia é uma menina a quem ajudo aqui num orfanato em Salvador. – a informação fez Rebeca abrir um sorriso. – Trata-se de um apadrinhamento – acompanhar seus esforços, como está, se está estudando direitinho, respeita as irmãs-

- Irmãs? Qual é o orfanato onde ela mora?

- O São Vicente, que fica no subúrbio.

- Ahhh, eu conheço! É um lugar muito querido por toda a nossa família! Mas... Virginia não deve brincar muito com as outras crianças, eu não me lembro dela...

- Ela é tímida, muito quieta, sempre se solta quando está com Martinha. Mas... É o jeito dela, ela parece uma flor, e eu me preocupo sempre porque Virgínia guarda as coisas pra ela, às vezes ela comenta com Martinha, às vezes ela comenta comigo, mas preocupada sempre em não falar demais... Agora ela se aproximou de Rosa também. Meu anjinho é muito delicado. Martinha é um raio de sol, só conhece sorrisos, alegria; Virginia é mais retraída, e eu me preocupo, porque eu não quero que ela sofra com as pessoas sendo cruéis com ela porque-

- Porque ela não é uma criança extrovertida, a pilha não acaba nunca, porque ela é mais na dela... Sei, tenho irmãos mais novos. – sorriu. – Mas... Essa fala não é apenas de um padrinho preocupado, Dreyfus.

O britânico sorriu, olhando para os lados em busca das meninas, que já se encontravam em alguma fila para a piscina de bolinhas.

- Eu e Rosa queremos adotar Virginia. 


Henrique Vilas Bôas tomava um copo de água no meio da festa de gala, observando as conversas dos convidados e sorrindo discretamente com o pai e a mãe dançando juntos. Encontrava-se lá a pedido de Rebeca, já que ele também fizera parte das negociações (e de alguma forma, os Dreyfus estavam no Brasil também por sua mediação na guarda compartilhada de Martine); sua vontade residia em ficar bem longe – fosse dormindo em seu apartamento, ou em algum clube que ele não vinha frequentando ultimamente.

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