Corrida alucinada

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OI GENTE!

Estamos em reta final de "A Implacável" (sim, o livro é curto mesmo) e depois daqui, tem mais dois capítulos para fechar o ciclo de Rebeca (que se tornou praticamente um estudo de personagem); e em breve - muito provavelmente em Fevereiro ou Março de 2021, teremos o novo livro da SLU. Só vou revelar o personagem no final deste livro, mas vocês já devem estar com alguns nomes na cabeça...

Vamos ver se Rebeca conseguiu chegar a tempo para convencer Thiago a não viajar...

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O trajeto da avenida Tancredo Neves até o aeroporto foi rápido, como Henrique havia indicado

Porém, Rebeca estava visivelmente nervosa. Não apenas porque precisava encontrar Thiago antes que ele viajasse; mas também por um motivo de ordem prática.

Era a primeira vez que andava de moto.

Enquanto a moto acelerava pela avenida Paralela, a única coisa que Henrique dizia a Rebeca era:

- Na hora da curva incline um pouco pro mesmo lado!

Assim ela o fez: quando a moto se aproximou do bairro de Itapuã, ao invés de seguirem por São Cristóvão, Henrique optou pela avenida Caribé, à direita da principal via, e que dava a volta pelo bairro; e naquele instante, ele precisou fazer uma pequena curva a fim de ingressar na via. Seguiu em alta velocidade, ignorando carros e ônibus, até finalmente adentrarem à famosa estrada coberta por bambus, que levava até o Aeroporto Internacional de Salvador.

Sem se preocupar com regras, Henrique deixou a moto na frente do terminal, ao mesmo tempo que Rebeca apeou do veículo, deixando o capacete no chão. Ele teve que correr atrás da mulher, surpreendentemente ágil com os saltos altos. Para todos os efeitos, tratava-se de uma mulher de negócios um tanto atrasada para pegar um voo, e a impressão se solidificou ao verem Rebeca se aproximando da porta de acesso à sala de embarque, notando a inexistência de uma fila.

Olhou para a tela localizada no meio do aeroporto, procurando o voo para São Paulo que decolaria 13h45. Pela informação da tela, já dizia "embarque próximo".

"Merda, preciso correr!"

Rebeca chegou ao guichê de passagens da companhia aérea e pediu uma passagem para São Paulo. Pagou à vista e logo fez o check-in eletrônico em uma máquina ao lado do guichê. Com o canhoto em mãos, passou pelo portão de acesso à sala de embarque e enfrentou um detector de metais, precisando tirar sapatos e joias.

Sorriu, fingindo uma paciência que não tinha naquele instante, até ser liberada. Calçou os sapatos novamente e ignorou as joias, colocando tudo na bolsa. Não tinha tempo: caminhou com rapidez, mas com um sorriso no rosto, a fim de que ninguém desconfiasse de sua celeridade maior do que a normal.

Algumas portas mais à frente, Thiago Maciel olhava o relógio na tela do celular, um pouco nervoso. A fila para embarque era imensa, e para completar, a cadeira dele era no terço frontal do avião; ou seja, demoraria um pouco até que ele pudesse entrar. Não despachou a mala; levava pouca bagagem, apenas algumas roupas para os primeiros dias.

Mobília não era problema: por algum tempo, se manteria em um flat até que conseguisse um bom apartamento.

Nervosismo e ansiedade o consumiam; mais o primeiro do que o segundo. Não pela viagem em si, e sim pelo nervosismo do fim. Thiago, naquele instante, se mudaria da sua cidade, da sua terra, de tudo aquilo que era conhecido por ele, não por uma grande oportunidade de negócios, e sim para fugir dos próprios sentimentos. "Isso não faz sentido... Eu estou fugindo de Rebeca, estou fugindo do meu amor por ela... Mas não podia ficar muito tempo aqui, olhando ela se envolver e se afundar naquela loucura com um cara que nem se importa... Uma vingança sem sentido, ela é muito melhor que tudo isso, muito melhor que ele! Não tem a menor razão de ser, mas é melhor pra mim ir embora... Preciso de um detox... O que vai ser um pouco difícil de ocorrer, porque não sei se eu quero me desintoxicar dela..."

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