Capítulo 3

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Os meus olhos não entendem a euforia que testemunham. Minha família e a de Sean parecem saltitantes. Nossos amigos, alguns que não precisariam estar aqui, também tomam seus champanhes com largo sorrisos. Eu não tenho o mesmo sentimento com relação a treinar o meu casamento. Devia ser um momento surpreendente, cheio de novidades, e não que já tivéssemos treinado.

— Oi, amor — Sean chega por trás de mim, rodeando meu corpo com os braços e plantando beijos em meu pescoço. — Quer uma bebida?

— Não — me desvencilho para sair de seu abraço, me virando para olhá-lo. — Sabe que... Na verdade estou cansada desses treinos. Devíamos, você não acha, adiar alguns até próximo ao casamento?

— Querida, por quê? — ele parece desentendido, bebendo um gole do seu drink.

— Porque eu não gosto — confesso. Eu odeio, para ser mais transparente. — É desnecessário. Toda vez você esquece o que tem que fazer e prefere ficar elaborando piadas com seus amigos sobre a cerimônia. Só serve para uma reunião que termina em todos bêbados, tirando nossos pais.

— Não seja azeda assim, Lili — Sean ri, como se eu tivesse dito algo digno de pena. — É uma confraternização. Você não gosta de estar com pessoas que ama?

— Eu gosto, mas…

— Pois então — ele me interrompe, se inclinando para beijar a minha testa. — Se solte, amor. Se divirta. Todos aqui amam você e querem você feliz. É o seu casamento prestes a acontecer.

Nosso casamento — o corrijo. — Posso dormir na sua casa hoje? Ainda estou triste pela morte do Trevor.

— Ah, Lili — Sean debocha. — Era só um cachorro, amor. Supere isso, já faz dois meses. E hoje eu não vou estar em casa, tenho uma viagem depois daqui — ele beija minha bochecha. — Desculpe.

Ele nunca pode. Sean está sempre viajando, em reuniões de suas empresas de tecnologia, tendo seu tempo tomado por tantas pessoas, e nenhuma delas sendo eu. Agora entendo minha mãe ter deixado o papai. É horrível ser sempre o último lugar.

Expiro, desgostosa.

— Quando você volta?

— Daqui a três dias. A empresa de Los Angeles precisa de uma reestruturação de pessoal — ele bebe mais um gole. — Tivemos quatro demissões em um curto período de tempo. Preciso averiguar qual é o problema para os funcionários estarem se recusando a trabalhar.

— Posso ir com você? — me ofereço.

Mas Sean demonstra achar minha pergunta errada, porque franze o rosto e ri.

— Amor, eu vou trabalhar e não me divertir. Não posso ter distrações — salienta. — E nós sabemos como você gosta de me distrair sempre que tem oportunidade.

Abro a boca, agora tomada por choque.

— Eu deveria me desculpar por seduzir o meu noivo? — questiono, quase rindo.

— Não, estou dizendo que há momento para tudo, e levar você nessa viagem não seria certo — recebo um beijo na boca. O salpico de um beijo, que eu limpo por reflexo. Mas isso não parece importuná-lo. — Se solte, querida — repete. — Vou conversar com a galera. Não suma, quero me despedir de você antes de partir.

Eu assinto, mas assim que sou deixada por ele, vou em direção à minha bolsa, pegando-a de um dos bancos distribuídos na ampla área dos fundos da imensa casa do meu pai.

Estou dando meia volta para ir em busca de um táxi quando Logan surge em minha frente, me atrapalhando. Ele tem um sorriso brincalhão, que me diz, sempre, o que ele está fazendo. Rindo de mim.

À Prova do Amor #1 (NA AMAZON)Onde histórias criam vida. Descubra agora