Capítulo Dezoito - A ordem dos Herdeiros de Slytherin

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Ao adentrar na câmara, a primeira visão que tivemos não era das mais agradáveis. Talvez por estar nervosos demais — ou por ser um lugar muito fechado. — estava me sentindo sufocada. O lugar parecia se estender pela escuridão, as altas colunas de pedra entrelaçadas com cobras em relevo sustentavam um teto que parecia não ter fim, projetando longas sombras negras na luz estranha e esverdeada que iluminava o lugar.

Tentando conter o enjoo, coração acelerado e minha vontade de correr dali, continuei caminhando ao lado de Harry, ouvindo nossos corações batendo ao mesmo ritmo anormalmente acelerado no silêncio hostil. Silêncio demais. Onde estaria o basilisco? O que acontecera com Ginny?

Saquei a varinha novamente e, inconscientemente, deixei Harry avançar na frente por entres as colunas serpentinas. Cada passo cauteloso ecoava alto nas paredes sombreadas. Olhava para o chão com medo que o basilisco se manifestasse de surpresa. As órbitas ocas das cobras de pedra pareciam seguir cada passo meu. Mantive os olhos em meus sapatos lutando contra o impulso de olhar para frente.

Quando chegamos ao último par de colunas, uma estátua alta como a própria Câmara apareceu contra a parede do fundo.

— Kate... olhe isso. — Sussurrou Harry.

Ele esticava o pescoço para conseguir ver o final da enorme parede a nossa frente, erguendo o rosto junto a ele, era quase impossível ver o gigantesco rosto lá no alto. Era antigo e simiesco, com uma barba longa e rala que caía quase até a barra das vestes esvoaçantes de um bruxo de pedra, onde havia dois pés cinzentos enormes apoiados no chão liso da Câmara. E entre os pés, de bruços, jazia um pequeno vulto de cabelos flamejantes vestido de negro.

— Ginny! — murmurou Harry, correndo para ela e se ajoelhando. O segui quase me jogando no chão ao me ajoelhar.

— Ginny... não esteja morta... por favor não esteja morta... — Harry largou a varinha de lado, segurou Ginny pelos ombros e virou-a. Seu rosto estava branco e frio como o mármore, mas tinha os olhos fechados, portanto não estava petrificada. E se ela estivesse...

— Ginny, por favor, vamos. Acorde. — murmurei desesperada, sacudindo-a. A cabeça da menina balançou desamparada de um lado para outro.

— Ela não vai acordar — disse uma voz indulgente, vindo de trás de nós. Congelei por um segundo, me virando para a direção da voz com a varinha em mãos e os olhos fechados.

— Não precisa fechar os olhos, criança. — Disse mais uma vez. Abri os olhos lentamente, me deparando com uma imagem completamente diferente da que imaginei.

Um garoto alto, de cabelos negros, nos observava encostado à coluna mais próxima. Tinha os contornos estranhamente borrados, como se fosse uma imagem vista através de uma parede de água. Seu rosto me era estranhamente familiar. Um arrepio fraco subiu pela minha coluna.

— Tom... Tom Riddle? — Harry disse. Como sabia quem ele era? Por que estava o chamando Tom Riddle, o garoto do diário? Não era possível ser a mesma pessoa.

Mas ele confirmou com a cabeça, sem tirar os olhos de nós dois. Riddle estava ali, e isso não me acalmou nem um pouco.

— O que você quer dizer com "ela não vai acordar"? — tomei coragem para perguntar.

— Ela não está... não está...? — Hesitou Harry em dizer as palavras.

— Ainda está viva — disse Riddle. — Mas por um fio.

Olhei para Ginny e abaixei a varinha. Por um fio, não podia estar por um fio de distância da morte.

— Você é um fantasma? — perguntou Harry incerto

 2 | 𝐓𝐇𝐄 𝐆𝐈𝐑𝐋 𝐖𝐇𝐎 𝐂𝐎𝐔𝐋𝐃 𝐂𝐇𝐎𝐎𝐒𝐄  [Harry Potter]Onde histórias criam vida. Descubra agora