III

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Algumas semanas depois

Após meu banho, visto meu cropped branco de renda, uma calça pantacourt preta e um tênis preto alto da fila. Hoje é a tão esperada festa de dezoito anos da minha best Sofia. A festa será em um clube maneiríssimo em Cartagena. Ponho meu batom vermelho e prendo meu cabelo em um coque no alto da cabeça deixando a franja bem arrumadinha. Pronta para sair, pego meu celular e coloco na pequena bolsa que carrego.

— Vamos? — Erik entra no meu quarto todo arrumado.

— Para onde você pensa que vai? — passo meu perfume enquanto o encaro pelo enorme espelho.

— Eu não penso, eu vou. — pisca.

Respiro fundo umas três vezes, fecho os olhos e volto a abrir lentamente. Pois sei que isso foi história da minha mãe, sim, minha mãe. Já são oito e meia e a festa está marcada para às nove, com certeza ela quer Erik ao meu lado para acompanhar meus passos. Pensa a raiva que me dá! Saio do quarto e sigo para sala, onde ela e meu pai estão assistindo filme. Paro em frente a televisão.

— Pode me explicar porque o Erik tem que ir atrás de mim, mãe?

— Porque eu quero, Lupita. — Informa séria e isso acaba comigo.

— Pai, por favor. — Tento convencê-lo, pois sei que às vezes cede minhas vontades.

— Filha, o seu irmão vai com você. Olha a hora que é! A festa começa às nove, sabe se lá a hora que acaba. — Mordo o canto da boca chateada. — E sem reclamações mocinha.

— Eu vou e volto com o motorista. — Insisto, pois não quero levar o pirralho atrás de mim

— Vocês vão e voltam com o motorista e papo encerrado. — Mamãe sentencia acabando com minha alegria.

Respiro fundo novamente para me acalmar e olho para o meu irmão que está todo estiloso de tênis, calça e uma blusa do exército de botão.

— Vamos? — Ele fala sorrindo, reviro os olhos e saio andando.

— Cuidado na rua em?! Amo vocês! — Minha mãe grita.

— Eu também. — Meu pai também grita, mas já estamos entrando dentro do carro.

Sento-me no banco de carona e entrego o endereço para Pepe, o motorista, que trabalha há anos conosco aqui em casa. Ele já tem seus cinquenta anos de idade, tem os olhos verdes tão encantador e sempre está com um sorriso sincero e acolhedor. Mas como estou irritada com meu guarda mirim nem vou conversando com Pepe.

— Quero o senhor bem longe de mim na festa. — Viro para trás dando uma ordem para Erik

— Eu vou ficar fazendo o que atrás de você, Lupi? Vai ter tanta garota interessante naquele lugar, já posso até imaginar. — Ajeita a gola da blusa como se fosse um galã.

Ele só tem onze anos e já está nesse nível meu povo!

— Ai de você fazer eu passar vergonha lá, hein? — advirto.

— Eu, vergonha? Você não me conhece irmãzinha. — Fecho a cara sem paciência.

Assim que chegamos ao local, Pepe nos deixa, e o aviso que assim que acabar ligo para que ele possa nos buscar. Entramos pela portaria, onde tem dois seguranças, e seguimos ao local da festa. O clube tem um lindo gramado verde cheio de luzes coloridas e com árvores belíssimas que deixam o local muito mais bonito e aconchegante. Uns bancos de madeira espalhados pelo jardim e uma cascata perfeita que jorra água juntamente deixando mais belo o local.

Logo assim que adentramos no salão, tem um poster enorme na frente com a foto da Sofia. A festa está bem descolada, de onde estou posso avistar a discoteca, que é o ponto principal da festa. Pois minha amiga avisou que só queria dançar e curtir seu aniversário ao lado dos seus amigos.

Um Destino  Livro IV ( DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora